Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

'Primeiras Rosas'

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Estou no jornal, já atrasado para ir almoçar com minha filha e genro. Mas não resisto a acrescentar mais um post rapidinho. Fui ver ontem 'Primeiras Rosas', no Teatro do Sesi, ali na Paulista, 1313. O espetáculo adaptado de Guimarães Rosa - 'Primeiras Histórias' - é uma mistura muito inspirada de técnicas de animação, bonecos, teatro tradicional. Tem algo ali que remete ao cinema. Muita coisa do espetáculo passa-se no que pode ser um equivalente da caverna de Platão, como um teatro de sombras - uma lanterna mágica? - projetada num lençol. Fiquei viajando, tentando construir (desconstruir?) ali uma teoria do cinema, baseada no plano-sequência, à Bazin. Pode ter sido uma viagem muito minha, mas gostei demais e recomendo com entusiasmo. Vai até julho e custa baratinho, R$ 10. Uma das histórias, uma das primeiras 'Rosas', é justamente 'A Terceira Margem do Rio', que Nelson Pereira dos Santos adaptou para o cinema. Tenho o maior respeito e admiração por Nelson, que possui um punhado de filmes que são essenciais na história do cinema brasileiro, mas 'A Terceira Margem' não é um deles. Há mais cinema na montagem da companhia Pia Fraus, mas eu, de qualquer maneira, fiquei com vontade de reler o Rosa e rever o Nelson. Não é pouca coisa. O espetáculo de hoje é às 7 (19 horas). Dá tempo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.