Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Pequeno panorama japonês

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Essa coisa de folga de Natal ou Ano Novo meio que dispersa as pessoas, as assessorias e terminam-se perdendo coisas importantes. Por exemplo - perdi o bonde da história de que está começando hoje um pequeno panorama do cinema japonês de estúdio no Centro Cultural São Paulo. Ainda estou podendo colocar no blog, mas no jornal, infelizmente, não deu. São filmes da Toho, Daiei, Toei e Nikkatsu. Obras de Akira Kurosawa ('A Luta Solitária', com Toshiro Mifune, de 1949), Teinosuke Kinugasa (o belo 'Portal do Inferno', de 1953, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes e virou um dos filmes cults de Jean Cocteau) e dois de Shoei Imamura nos anos 1960 ('Desejo Profano' e 'O Profundo Desejo dos Deuses', ambos expressando o gosto do autor por temas e imagens de choque). Mas há um filme que me fascina mais do que todos os demais nesta programação e é 'Harakiri', de Masaki Kobayashi, vencedor do prêmio do júri em Cannes, 1963, no ano em que 'O Leopardo', de Visconti, ganhou a Palma de Ouro. Quem me acompanha sabe do meu amor por Kobayashi, que ouso considerar o maior diretor japonês de todos os tempos (apesar de Ozu, Mizoguchi e Kurosawa). A trilogia 'Guerra e Humanidade', também conhecida como 'A Condição Humana', foi um dos filmes que mais me impactaram no começo dos anos 1960, quando era jovem (e sugestionável). Vieram depois 'Harakiri' e 'Rebelião', que foi recusado no Festival de Veneza (e é o meu Kobayashi favorito, com aquele enfrentamento final entre os personagens de Toshiro Mifune e Tatsuya Nakadai, de uma grandeza digna do melhor John Ford). Analiso a obra de Kobayashi no meu livro 'Cinema - Entre a Realidade e o Artifício', da editora gaúcha Artes & Ofícios. Nakadai era o ator fetiche do grande artista, presente em todos os seus filmes (antes de substituir Toshiro Mifune, com quem Kurosawa havia brigado, na fase final do 'Imperador'). 'Harakiri' passa daqui a pouco, às 18 horas, na Sala Lima Barreto do CCSP. Dá tempo de acrescentar mais um post sobre o filme, daqui a pouco.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.