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Uma geléia geral a partir do cinema

Pedreira portuguesa

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Eis um filme que, com certeza, estará na programação da Mostra de São Paulo. Juventude em Marcha, de Pedro Costa, integrou a competição de Cannes, em maio. Não ganhou nada, quer dizer, nenhum prêmio, porque a crítica francesa foi às nuvens com este filme exigente e difícil, de um autor tão rigoroso que, perto dele, O Espelho Mágico, do quase centenário Manoel de Oliveira, que já é um filme parado (no bom sentido), parece obra de um garoto fazendo seu videoclipe. Juventude em Marcha conta a história desse homem que veio das colônias e morou, quase toda vida, num bairro pobre de Lisboa. Relocado pelo governo, ele vai para um apartamento de paredes brancas, integrado a um projeto social recém-concluído. A sensação de deslocamento do cara é agravada porque ele acaba de ser abandonado pela mulher. Para quem só reza pela cartilha do cinemão, o filme será uma pedreira. Para cinéfilos, poderá ser um regalo. Poderá - pois até cinéfilo precisa de certa preparação para Juventude em Marcha.

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