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Uma geléia geral a partir do cinema

Parabéns!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Mais um post rapidinho, antes de sair. Acabo de saber que A Grande Família arrebentou em seu primeiro final de semana. Fez mais de 300 mil espectadores em 250 salas de todo o País, registrando mais de 1100 espectadores por cópia, o que configura um sucesso. Os exibidores e distribuidores em geral fazem uma conta simples - o público do primeiro fim de semana, multiplicado por dez, delimita mais ou menos até onde o filme poderá chegar. Isso permite supor que, dependendo do boca-a-boca, A Grande Família poderá chegar a mais de 3 milhões de espectadores. Aleluia! No começo do ano passado, tivemos o mega-sucesso de Daniel Filho, Se Eu Fosse Você, que chegou a quase 4 milhões de espectadores. Não quero nem discutir essa coisa de Globo Filmes. Não é só porque tem a chancela da Globo que um filme vira, automaticamente, sucesso. Quero é registrar o número, que me parece importante para o cinema brasileiro, embora, já sei, se possa dizer que uma cinematografia não vive só de blockbusters e mais importante seria termos dez filmes de 300 mil espectadores. Sem medo de ser feliz, acho que a equipe de A Grande Família tem mais é de comemorar e saborear o momento. Ainda não revi AGF e já disse que, num primeiro momento, não achei tão engraçado como gostaria que fosse. A preocupação em inovar, em propor novas estruturas narrativas, distanciadas do formato de TV, criaram, para mim, um produto meio híbrido. Mas fico contente pelo diretor Maurício Farias, que levou seu trabalho muito a sério, pelo Nanini, pela Marieta Severo e pela Andréia Beltrão e pelo Lúcio Mauro Filho, cujos personagens, já escrevi, me pareceram os melhores do filme. Em Tiradentes, o debate que discutiu novas formas de representação da realidade no cinema brasileiro da retomada propôs uma pauta interessante. E se este cinema, um filme como A Grande Família, for uma atualização do conceito do nacional-popular que tanto mobilizava a intelectualidade de esquerda nos anos 60? Formulado por Gramsci - mas quem ainda fala em Gramsci hoje em dia? -, inspirou até Glauber Rocha, no meu preferido entre todos os seus filmes (O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro), se bem que, como diria o inefável Duda Valente, há uma diferença muito grande entre a ousadia estética de Glauber e a popularização do nacional-popular mediatizada, ou diluída, pela televisão.

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