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Uma geléia geral a partir do cinema

O casamento, propriamento dito, de Rachel

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Já contei que gosto muito de 'O Casamento de Rachel'. O filme me bateu de uma maneira muito especial, mas pelo visto só a mim. (Eu, por exemplo, teria substituído a Amy Adams, que foi indicada para o Oscar de coadjuvante por 'Dúvida', pela atriz que faz a irmã de Anne Hathaway, a própria Rachel do título.) Hoje de manhã, fomos tomar café, aqui na redação, Ubiratan Brasil, recém chegado de Los Angeles - foi o 'enviado especial' do Estado no prêmio da academia -, nosso editor, Dib Carneiro, e eu. Bira e Dib não gostaram de 'Rachel'. O casamento, propriamente dito, que me encantou, foi um porre para eles. Adoro a utilização da música, substituindo o diálogo, que quase não existe, numa cena longa. Tudo se passa em relação à música e a olhares, gestos. Gosto dessa utilização que o diretor Jonathan Demme faz da música latina, e não é de agora. Vem desde 'Totalmente Selvagem' e 'De Caso com a Máfia' e até antes disso, do documentário 'Stop Making Sense', sobre os Talking Heads. Dib fez gracinha - lembrou que, no próprio diálogo, alguém pergunta 'Mas eles não vão parar de tocar?' Por mim, estavam tocando até agora. Vi o filme duas vezes e a cena do casamento, sozinha, descontextualizada, mais uma vez. (Havia chegado com antecedência numa cabine da Sony e o filme estava rolando.) Foi aí que percebi como aquilo, realmente, é bem filmado. E como o filme consegue 'falar' sem recurso à palavra.

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