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Uma geléia geral a partir do cinema

O brilho `venenoso` de Mendoza

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Tive uma programacao intensa (e estimulante) neste domingo, incluindo o novo filme de Alejandro Amenabar, o esquisito `Agora`, que foi seguido pelas entrevistas com o pessoal de `Taking Woodstock`, o diretor Ang Lee, a atriz Imelda Staunton e tambem Emile Hirsch, que faz um papel importante, embora secundario. Havia planejado uma bela capa para a edicaoh de amanhah - naoh vou me desculpar pela grafia, voces estaoh entendendo -, mas ai cheguei no hotel, o computador deu pau (mais uma vez) e, no desespero, em cima da hora, tive de correr atras de um computador. Encontrei um em frances, com as letras trocadas (a e q, por exemplo). O resultado foi que o texto quie eu queria que fosse lindo saiu atropelado e, pelo adiantado da hora - estava em cima do fechamento do `Caderno` -, terminei vivendo um pesadelo que naoh desejo aos meuis inimigos (que, a proposito, nem sei se tenho). Enfim, cah estou eu depois de ter assistiodo ao documentario sobre Pietro Germi em Cannes Classics. Naoh queria perder por nada deste mundo. Deixei para ver Lars Von Trier, `Anti-Cristo`, na proxima exibicaoh. Vamos por etapas. Ontem a noite assisti a `Kinatay`, o novo filme de Brillante Mendoza. Neuza Barbosa brinca comigo e diz que eh o meu lado `dirty` que se identifica com o diretor filipino de `Serbis`. Bem, desta vez reconheco que ele exagerou. Depois do sexo no filme anterior, Brillante vai agora fundo na violencia. Que horror! O filme dele conta a historia deste garoto, estudante de criminalistica que, no dia do casamento, para ganhar um dinheiro, aceita uma `missaoh`. Ele participa da licao que um grupo de traficantes ligados a propria policia aplica em uma prostituta que peerdweu a conta do que deve a essa galera. A licao e simplesmente f... com ela de todas as maneiras, a comecar por aquela, a mais trivial, dada a profissaoh da moca. O restante eh mais barbaro e consiste em mata-la e decepar o corpo. Nunca vi nada parecido, Deus me livre. Vou entrevistar Brillante na terca-feira, mas hoje, na coletiva, naoh resisti e jah fiz uma pergunta. A rapidez com que ele filma jah eh lendaria. `Serbis` foi iniciado em oito de marco do ano passado e dois meses depois estava finalizado - pronto! - para concorrer aqui em Cannes. `Kinatay` tambem foi feito a toque de caixa, mas, se filma correndo, o diretor quer que o filme passe para o espectador como uma experiencia exasperante, quase em tempo real (a viagem de carro ateh o local do crime, o decepamento). Numa cena, aparece um letreiro numa T-shirt - a integridade, uma vez perdida, naoh tem volta. `Cidade de Deus` eh refresco perto de `Kinatay`. Naoh eh um filme para se `gostar`, mas lanca um balde de gelo em alguns filmes de genero, de violencia estilizada, que estamos vendo aqui.

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