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Uma geléia geral a partir do cinema

No Egyptian...

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Rynaldo Papoy me pede que comente as injustiças do Oscar. Prometo tratar do assunto, mas antes tenho alguns posts para acrescentar. Ficar hospedado, como fiquei, no Hollywood Boulevard me permitiu flagrar os terríveis contrastes da sociedade norte-americana, mas também realizar um sonho. O lendário Egyptian Theatre é a sede da Cinemateca Americana. Nunca havia entrado no espaço que abrigou a primeira première, o primeiro tapete vermelho da história do cinema - é o que anuncia um cartaz, e há fotos para confirmar. Desta vez, fui. Na terça à noite, 19h30. O filme nem parecia especial, mas gostei de rever 'O Fim de Sheila', The Last of Sheila, de Herbert Ross. Para dizer a verdade, foi uma boa surpresa. Lembrava-me vagamente do suspense à Agatha Christie, na história do produtor que reúne um grupo para um cruzeiro e que está querendo vingar a morte da mulher, assassinada por um dos convidados, mas quem? Não me lembrava que o roteiro era de Anthony Perkins e Stephen Sondheim e que ambos modernizam a intriga por meio do hui clos, em alto mar, ainda por cima. Tudo é muito complicado, abundam - estou escolhendo o verbo de propósito - as falsas pistas e os falsos culpados, mas no final o que importa não é isso, mas o elenco (e as relações entre os personagens). James Mason rouba a cena como diretor cínico, Dyan Cannon é ótima como agente sem escrúpulos e  Richard Benjamim também é muito bom como roteirista frustrado. Confesso que me diverti, e o espaço ajudou. Mas viajei, imaginando o que deve ter sido o Egyptian nos faustosos tempos das premières de Mary Pickford e Douglas Fairbanks.

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