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Uma geléia geral a partir do cinema

Mostra (22)/Uma festa de cinema emenda na outra (o show não pode parar)

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Na segunda, perdi a cabine de Roma na Mostra. Tive de ver o Freddie Mercury, Bohemian Rhapsody. Gostei do filme de Bryan Singer, mas acho que, na euforia do momento, exagerei na cotação - ótimo. Bom está bem. O filme é tão exato em questões de verossimilhança física que imagino que aquele cabelo 'pagem' do jovem Freddie seja verdadeiro, mas é horrível. Chegou uma hora que eu não aguentava mais olhar para a tela, à espera de que Sami Malek cortasse aquele cabelo e virasse o, a, Queen. Gostei de toda a recriação musical e daqueles 20 minutos apoteóticos no Live Aid, quando Freddie comandou a multidão em Wembley. Eh-oh. We Are the Champions... Estou pensando agora em Simonal, no filme de Leonardo Domingues, quando comanda a multidão no Maracanã. E no plano sequência em que Fabricio Boliveira sai do auditório da Record, e a câmera o acompanha quando vai ao boteco, lá fora, e quando volta, sempre sem cortes, o público ainda está cantando. É uma loucura - o cinema brasileiro pode ter muitos, pode ter outros (grandes) méritos, mas não nos brinda muito com esse tipo de virtuosismo. Eu fiquei louco. Mas, enfim, para ver o filme do Freddie Mercury perdi o Roma, que verei hoje à noite no encerramento da Mostra. Mais uma Mostra vai chegando ao fim - menos uma. A festa de cinema, para mim, continua. Amanhã, estarei no Rio, para outro festival que estará começando. E, na sequência, tem o Mix Brasil e a Semana dos Realizadores. Quero tudo. A Comic Con Experience, o Oscar e a Berlinale. O cinema, na sua diversidade, é o meu país.

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