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Uma geléia geral a partir do cinema

Mostra (16)/Fuck John Ford!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Todo mundo me fala que tenho de ver Selvagem, hoje à tarde, no Frei Caneca. O mundo dos michês! Estou começando a achar que as pessoas fantasiam sobre o carinha aqui, mas tudo bem. Vou ver, sim. Depois da feijoada (da Mostra), com toda a caipirinha a que tenho direito, vai ser uma bela sessão (espero!). À noite, 19 h, no CCSP, recomendo que vejam o peruano Retablo. Na segunda, teremos a votação do prêmio da crítica e levarei os dois latinos, Nuestro Tiempo e Retablo. Vou perder, no domingo e na segunda, mas sobrevivo. Sou fordiano - a grandeza dos derrotados. (Aliás, na Sight and Sound de setembro, com Spike Lee na capa - a de outubro já está na banca do Conjunto Nacional -, o diretor de Infiltrado na Klan bate forte. 'O que Hollywood fez com os nativo-americanos foi uma desgraça. Fuck John Ford, fuck John Wayne. Sei que tentaram se redimir fazendo depois Rastros de Ódio, do mesmo jeito que Griffith fez Intolerância, depois de O Nascimento de Uma Nação, mas era 'too damn late', tarde demais). Imagino que a crítica mais jovem vá votar no Lee Chang-dong, Em Chamas, mas eu prefiro fechar com os velhos humanistas. No segundo round, vou de Nuri Bilge, o Ceylan, A Árvore dos Frutos Selvagens. O reencontro do casal debaixo da árvore, as folhas caindo; os diálogos de Sinan com o escritor consagrado e os religiosos. Ceylan é a prova de que o cinema pode ser belo, e denso, e profundo.

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