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Uma geléia geral a partir do cinema

Mix Brasil (6)/Tinta Bruta! E ainda tem hoje e amanhã

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Na quinta estava em São Paulo com Alex Moratto e Tammy Weiss, do Instituto Querô, para a capa de domingo do Caderno 2, sobre Sócrates. Na sexta, em Paquetá, no set de Noites de Alface, e peguei justamente a cedna em que Otto e Ada, Everaldo Pontes e Marieta Severo, falam sobre o chazinho de alface da mamãe. Na segunda, tenho de estar de volta a São Paulo para entrevistar Murilo Benício e Débora Fallabela, que lançam Beijo no Asfalto, do qual gostei muito. Gosto desse corre-corre, mas a colnsequência é que ainda não tive tempo de postar sobre, por exemplo, Tinta Bruta. Nada contra os filmes de temática gay, mas, às vezes, o rótulo me aborrece porque limita e, de alguma forma, estimula o preconceito. Se o filme é gay, se venceu o Urso gay, é de nicho. Não é. Havia gostado de Beira-Mar, o longa anterior de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, mas ainda era timido (?), um pouco prudente, ia comendo pelas bordas a questão LGBT, talvez para desconstruir o próprio estereótipo do filme gay. Tinta Bruta é muito mais forte, vai muito mais direto ao ponto, e não é porque tenha corpos masculinos nus, pegas e pênis eretos. Tem ali uma coisa sobre o voyeurismo na internet muito interessante e o filme de alguma forma dialoga com o de Aly Muritiba, Ferrugem, sobre a garota que é massacrada nas redes sociais quando vaza o vídeo que a mostra numa cena íntima. Ferrugem estreia logo, acho que em dezembro. Não vou avançar na discussão, mas é curioso. Tinta Bruta ganhou o Teddy Bear de ficção na Berlinale e venceu o Festival do Rio. Não levou nada na Mostra nem no Mix Brasil, que termina nesse domingo. A gente valoriza muito os prêmios, mas, no fundo, nenhum prêmio encerra um critério ou juízo absoluto. O filme é sempre melhor para aquele júri, naquelas circunstâncias. Não sei qual é a programação do Mix Brasil neste final de semana, aí em São Paulo, mas podem crer que vai valer a pena. O Festival da Cultura da Diversidade está sendo muito rico como lugar da fala de temas como representatividade de gênero, raça, etc. Vi muitos filmes, brasileiros e estrangeiros, no festival desse ano, nenhum que não valesse a pena. Dadas as particularidades desse ano, é uma vitória e tanto de João Federici.

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