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Uma geléia geral a partir do cinema

Miscelânea

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

César Murilo Jacques tem toda razão. Ontem, quando escrevia o post sobre Wilma Bentivegna e não me vinha o título da música cujo verso citava, era óbvio que era a versão de 'Sonata ao Luar', do Beethoven. Paulo me esculhamba porque conto o final de 'Cowboys do Espaço', um filme de 2000!, que todo mundo já viu. Pelo raciocínio do Paulo não se pode comentar o final de 'O Eclipse' - e não há como falar do sentido do filme do Antonioni sem se referir à última cena - nem, quem sabe, o de 'Casablanca', com o início da longa amizade entre os personagens de Humphrey Bopgart e Claude Rains. Às vezes, como num desses posts que acrescentei ao blog hoje de manhã - sobre 'O Passado' -, me pego no último momento resistindo à tentação de contar a cena, o que me impede de dizer exatamente o que gostaria sobre o final do filme, que me parece muito interessante. Mas, no caso de 'Cowboys do Espaço', foi injusto. Posso até ter dito que um personagem morreu, mas qual? Como? Sempre morre alguém nos filmes, Paulo. Para concluir este post, que estou chamando de Miscelânea, vou aproveitar e citar o Chabrol, a quem me referi anteriormente, também ao falar sobre 'O Passado'. Havia visto no Festival do Rio 'La Fille Coupée en Deux', que achei o melhor Chabrol recente. Em Nova York, comprei o último número da revista 'Positif', que tem Eric Rohmer na capa ('Les Amours d'Astrée'). Chabrol é entrevistado justamente por 'La Fille...' Conta que o filme de Richard Fleischer 'O Escândalo do Século', de 1955, com Joan Collins, foi sua referência, mas o que achei legal foi o seguinte. O autor da entrevista, que não me lembro quem é, pergunta se Chabrol viu a versão hollywoodiana de seu clássico 'A Mulher Infiel', agora com Richard Gere e Diane Lane (Adrian Lyne é o diretor). Chabrol diz uma coisa ótima. Ele se surpreendeu porque o filme do Lyne tem 20 minutos mais e ele teve a sensação de que diz menos do que o dele em 1969. Sensacional!

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