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Uma geléia geral a partir do cinema

Mineirices

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Estou indo correndo ver As Torres Gêmeas, do Oliver Stone, mas, antes, uma rapidinha. Vi ontem na Première Brasil o documentário de Caio Guimarães e Pablo Lobato que integra a mostra competitiva. Acidente é até meio difícil de classificar. É documentário, mas é muito mais um ensaio poético. Os dois diretores captaram cenas em 20 cidades mineiras. E uisam todas essas cenas, e os nomes das cidades, para compor um duplo poema, escrito e visual. Cao Guimarães adora a experimentação. Dia 4 ele mostra, em São Paulo, o filme que fez para a Bienal. Acidente tem esse título que pode induzir o espectador ao erro. O acidente, no caso, é o acaso. Como se não tivessem assunto, Cao e Pablo partiram de câmera ligada, dispostos a registrar o que passava por eles. A trivialidade do cotidiano é a matéria dos dois. O filme é lento, não tem uma história nem um personagem nem uma situação. Avança por acidente, delicado e poético. Não é para todos os públicos nem gostos. É bom que assim seja. Quando tentam agradar a todos, os diretores muitas vezes caem nma mediocridade e não agradam ninguém.

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