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Uma geléia geral a partir do cinema

Mauro, e a do Oliveira?

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

DUBAI - Mauro Brider me pede que comente as diferentes versoes de `Madame Bovary` e cita as de Jean Renoir, Vincente Minnelli e Claude Chabrol, esquecendo-se da melhor de todas, a sublime Bovarinha de Manoel de Oliveira em `Val Abraaoh`, uma colaboracaoh do mestre com a escritora Agustina Bessa Luis. Gosto muito de varios filmes de Oliveira -Non ou a Vah Gloria de Mandar`, `Um Filme Falado` e `Vou para Casa`, mas se tivesse de escolher um, e um soh, seria `Val Abraaoh`. Aquela Bovarinha que `claudica`, puxando de uma perna, dah ao proprio filme um movimento pendular que me deixa chapado. Obra-prima absoluta. A de Jean Renoir tem fama de `classica`, mas naoh eh uma fase dele que me entusiasme muito. A de Chabrol, me deixa frio. Mais academica que classica, fascina pelo desenho do sr. Bovary como um daqueles tipicos monstros chabrolianos de provincia, mas naoh creio que seja um grande filme nem que Isabelle Huppert seja uma Bovary fascinante - em comparacaoh com a Bovarinha, a sublime Leonor Silveira, eh nula. A versaoh de Minnelli pode ser edulcorada, mas a cena do baile eh deslumbrante. Minnelli, um as do musical, nos faz sentir a vertigem experimentada por Jennifer Jones e, desta maneira, torna palpavel a angustia que, como diria Rainer Werner Fassbonder, lhe corroi a alma.

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