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Uma geléia geral a partir do cinema

Mas bá! Suely é tri-premiada

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

E o Alexandre de Ouro para o melhor filme do 47º Festival de Tessalônica, na Grécia, foi para... Family Ties, do coreano Kim Tae-yong. A premiação foi realizada ontem e o Brasil, homenageado deste ano, não fez feio. O Céu de Suely ganhou três prêmios importantes - dividiu com o filme coreano o Alexandre para o melhor roteiro; recebeu, do júri oficial, o Alexandre destinado a coroar a melhor contribuição artística; e foi o melhor filme para o júri da Fipresci, a Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, que teve representantes do Brasil, da Bulgária, Rússia, Alemanha e Grécia. Estava lá e vi o carinho com que O Céu, rebatizado como Suely in the Sky, foi recebido pelos gregos, que também se identificaram muito com Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, que teve uma apresentação especial, fora de concurso. Quem viu a recente novela de Sílvio de Abreu, Belíssima, na Globo, deve se lembrar da paisagem grega - casas brancas encravadas em montes que descem até o profundo mar azul. Aquilo é só uma face da Grécia. O país tem um interior muito seco, muito agreste, que lembra certas áreas do sertão, embora, claro, não tenha sido só a paisagem o que aproximou o público e a crítica de lá de filmes como Suely e Aspirinas. Suely estreou dia 17 com dez cópias em cinco cidades brasileiras - Rio, São Paulo, Brasília, Fortaleza e Salvador. Fez 7 mil espectadores no primeiro fim de semana, 700 por cópia. Ana Luiza Müller ficou me devendo o público deste segundo final de semana. Foi um lançamento pequeno, mas o filme se mantém, o boca a boca é favorável - num registro de filme de arte -, e a expectativa é de que a premiação na Grécia atraia mais público. O cinéfilo de carteirinha já foi, mas seria bom se mais gente fosse conferir a delicadeza dos trabalhos de Karim, como diretor e co-roteirista, e de Hermila Guedes, a bela e talentosa atriz que faz a personagem também chamada de Hermila. Ela volta à sua cidade, no Nordeste, e assume o codinome do título ao organizar uma rifa do próprio corpo para conseguir o dinheiro de que necessita. Continuo achando o fim de O Céu de Suely uma das coisas mais emocionantes que vi ultimamente. Não, emocionante não, porque me convenceram que não é critério de avaliação estética (mas não fica menos emocionante por isso). Não falo mais desse desfecho para não tirar a graça. Falo de Hermila, que é show!

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