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Uma geléia geral a partir do cinema

Loucos de amor (e por cinema)

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Vivo defendendo a idéia de que devemos ser co-autores dos filmes que gostamos. O sujeito faz o filme dele, que vira um ponto de partida para que nós, os espectadores, façamos nossa viagem dentro dele. Como cada cabeça é uma sentença, as imagens assimiladas terminam sendo distintas, porque cada um de nós projeta sua emoção, suas sensibilidade, até suas limitações. Duvido muito que algum espectador tenha viajado como eu no filme canadense C.R.A.Z.Y - Loucos de Amor, de Jean-Marc Vallée. Ontem, falei nele, aqui, sem ter visto e dei uma informação errada. C.R.A.Z.Y. tem distribuição no Brasil, pelo selo Califórnia. Deve passar na Mostra de São Paulo. Fique atento. Não sei se Vallée viu Rocco e Seus Irmãos, de Luchino Visconti, que é meu filme cult, mas eu revi Rocco no trabalho dele. A mesma idéia da família como uma coisa louca, da qual queremos nos devencilhar, mas à qual estamos lighados pelo sangue; cinco irmãos, como os dedos da mão, e um deles tem de ser sacrificado pela união coletiva; um pai centralizador, substituindo a mãe de Visconti; e, o mais louco de tudo, um Rocco gay, que precisa se aceitar para ser finalmente aceito pelos irmãos. Guarde o título - C.R.A.Z.Y. A turma de Brokeback Mountain já pode ir fazendo fila para a Mostra desde agora.

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