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Uma geléia geral a partir do cinema

'London River'

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

BERLIM - Desculpem-me, mas meu dia, ontem, foi infernal. O notebook não colaborou, a toda hora perdia minha conexão e, com iszso, redigfir e transmitir meus textos para a edição de hoje do 'Caderno 2' virou um inferno. Mal consegui validar os comentários que vocês enviavam. Para cada comentário, precisava me conectar de novo, um horror. Deixem-me dar uma geral. No próprio quadro de cotações deo frestival, o franco-argelino Rachid Bouchareb assumiu a dianteira com seu belo 'London River'. O filme usa os atentados de Londres, em 2005, como prewtexto para uma narrativa muito interessante - sobre difere nças culturais e sobre como pais não logram conhecer seus filhos. Brenda Blethyn, que o diretor esperou um ano - a agenda dela estava lotada -, convencido de que nenhuma outrra atriz poderia fazer o papel, é essa mãe inglesa, uma mulher ligada à terra, que procura a filha desaparecidas em Londres. Um francês de orfigem africana também procura o filho, que não conhece, pois abandonou a família quando o garoto tinha 6 anos. Brenda não compreende porque a filha resolveu estar árabe, porque se relacionou com esse rapaz negro e, no limite, desconfia desse estrangeiro cuja cultura é tão diferente da dela. Mas, no limite, são ambos religiosos e vão se apoiar mutuamente na desgraça. No fundo, é a tese 'nelsonrodrigueana' do diretor. Só o câncer - a guerra, o terrorismo - nos torna solidários. Você pode imaginar qaue Brenda faz muito bem seu papel. É uma atriz de quem gosto muito, mas ela atuas sempre no mesmo registro e com uma tendência ao caricatural (como todo ator de Mike Leigh). Melhor ainda que ela é o ator maliano Sotigui Kouyate, cuja presença cênica é de uma gravidade e majestade impressionantes. Gostei do filme, 'LOndon River', guardem o título. Bouchareb já havia feito 'Indigènes', que no Brasil se chamou 'Dias de Glória'. No ano passado, ele foi jurado em Cannes, onde já fora premiado justamente por 'Indigènes'. Não creio que o júri presidido por Tilda Swinton o deixe sair de mãos abanando aqui da Berlinale.

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