PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Lista

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Repassei ontem para vocês o desabafo do Breno Silveira, tal como o senti, conversando com ele, depois que foi preterido no edital de finalização da Petrobrás com seu novo filme, Era Uma Vez... (que é capa da edição de hoje do Caderno 2). Wellington entrou rachando no comentário dele. Acha que os critérios desses concursos públicos devem privilegiar o mercado. E ele citou Ruy Guerra, com um filme de que não gosto, Veneno da Madrugada. Poderia ter citado A Máquina, do João Falcão, que nasceu com a vocação de ser popular e foi rejeitado pelo público (e eu adoro o filme), ou então outro Ruy Guerra, mais difícil ainda, O Estorvo, que também teve um público reduzido (e deste gosto muito). Essa questão já surgiu uma vez, num debate de que participei, no Festival de Tiradentes. Se o filme subsidiado não fizer sucesso, o diretor ou produtor fica automaticamente cortado no edital seguinte? Vamos deixar de apoiar o Ruy e o João por que Veneno e a A Máquina não foram estouros de bilheteria? Veneno dificilmente chegaria a tanto, por seu perfil, mas poderia ter tido números melhores, é verdade. Acho complicado pensar só pela lógica do mercado, embora esteja convencido de que ele não pode ser ignorado. Quando participei do concurso de roteiros da Petrobrás, nosso júri preocupou-se em dosar filmes que nasciam com vocação de arte e outros comerciais. No fundo, o critério de toda comissão é - quais os filmes em que aposta? Quais os filmes que gostaria de ver? Eu acho que o Ruy errou a mão em Veneno, mas sempre vou querer arriscar numa releitura de García Márquez feita por ele. E não tenho o menor pudor de arriscar em comédias que me parecem que podem ser divertidas ou inteligentes. Nunca há garantia de nada, o filme pode ser ambicioso como projeto artístico e virar uma m... Pode nascer comercial e ser grande, como eu acho que 2 Filhos de Francisco é. O próprio Breno Silveira é a favor do subsídio a um cinema de arte que, sem apoio, não existiria. É uma discussão interminável - cinema brasileiro, arte ou mercado? Vamos brincar? Que tal vocês fazerem uma lista de dez filmes preferidos da retomada? Vocês fazem a lista e depois a gente comenta.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.