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Uma geléia geral a partir do cinema

Leo no Oscar

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Acabo de ver Diamante de Sangue. O novo filme de Edward Zwick estréia em 5 de janeiro. Se o Oscar fosse honesto, Leonardo DiCaprio, que já foi indicado para o Globo de Ouro, concorreria ao prêmio da Academia de Hollywood, mas não por Os Infiltrados. Ele seria indicado para melhor ator por seu papel como soldado da fortuna em Diamante de Sangue. Zwick segue a trilha aberta por Fernando Meirelles em O Jardineiro Fiel e mostra a África espoliada pelo Primeiro Mundo. Meirelles ataca a indústria farmacêutica; Zwick, a dos diamantes e sua conexão com as guerras - que ela ajuda a financiar. Imagino que os coleguinhas da crítica vão procurar 1001 motivos para não gostar de Diamante de Sangue. Bem - você pode invocar 1001 motivos para gostar. Um é Di Caprio, outro é Djimon Hounsou, como o cara que acha o diamante cor-de-rosa que deflagra uma caçada de vida e morte. Os outros 999 motivos estão cristalizados em Jennifer Connelly, que, acredite!, nunca foi mais bela (e olhem que ela é sempre bela, sem nenhum esforço). Zwick não é exatamente aquilo que se pode chamar de grande diretor. Ele tem a síndrome da imagem bonita, e às vezes exagera. Trata de grandes temas (guerra, guerra, guerra), mas sua crítica nunca é radical. Acontece que algo se passou nos dois últimos filmes de Zwick. A história de O Último Samurai, com Tom Cruise, é maravilhosa. A de Diamante de Sangue não é menos e o enfoque da violência tribal africana, a serviço das potências coloniais, não incorre nas facilidades demagógicas de Hotel Rwanda. Diamante de Sangue é muito mais pesado. Com todos os defeitos que possa ter - é cinemão, com tudo o que isso representa -, o novo Edward Zwick tem qualidades que você poderá conferir na terça-feira, dia 2, na pré-estréia, se não tiver paciência de esperar até a primeira sexta de 2007.

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