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Uma geléia geral a partir do cinema

Harry Potter

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Bruno me pergunta se já vi (e gostei de) Harry Potter e a Ordem da Fênix. Vou ver amanhã pela manhã, na cabine que a Warner promove e que antecipo que vá provocar confusão. É o tipo da exibição cercada de condições rígidas de segurança. Provavelmente vão querer revistar as pessoas ou que passemos por um detector de metais para evitar a entrada na sala com equipamento para gravar/filmar. É o medo da pirataria. Lembro-me, não faz muito tempo, da reação indignada de um colega, que bradava que não havia sido revistado na época da ditadura e não seria para ver uma m... de um filme. É - hoje em dia a pirataria está virando uma forma de terrorismo. Uma econômica, a outra política, são as principais ameaças a um poder globalizado que nos anula, incentivando o consumismo alienado - ao qual resistimos em espaços como este blog (e não só esse, claro). Mas, enfim, ainda não vi A Ordem do Phoenix, mas quero deixar documentado que a série, que começou mal, foi melhorando bastante. O primeiro filme, dirigido por Chris Columbus, tinha o defeito de ser muito longo, para apresentar todos os personagens. Pior - para mim, pelo menos, não teve magia nenhuma. O segundo, de novo do Columbus, melhorou um pouquinho, mas não muito. Achei legais o terceiro e o quarto, O Prisioneiro de Azkaban e O Cálice de Fogo, dirigidos por Alfonso Cuarón e Mike Newell. Confesso, é o meu calcanhar de Aquiles, que gosto do Newell. Devo ser a única pessoa no mundo que defende O Sorriso de Mona Lisa, porque vi ali uma outra forma de tratar dos mesmos temas de Longe do Paraíso, de Todd Haynes. E eu gosto da Julia Roberts. Acho que ela recebeu por Erin Brokovich o Oscar que merecia pelo Sorriso. Achei Quatro Casamentos e Um Funeral muito divertido (quem não?), não havia gostado de Donnie Brasco, mas revi o filme na TV paga e achei bem mais interessante. Isso para não falar de Dançando com Um Estranho e Um Sonho de Primavera, que adoro e me parece o mais 'maughiano' de todos os filmes que não foram adaptados de W. Somerset Maugham. O romance é de uma certa Elizabeth von Arnim e já havia sido filmado acho que nos anos 30. É muito legal a idéia daquelas inglesas românticas (e encalhadas, e mal-amadas) que vão para a Itália em busca de emoção e descobrem tudo, a vida, o amor, o sexo num abril encantado (Enchanted April é o título original). É o mesmo tema de Sob o Sol da Toscana, mas se o filme com Diane Lane é o ruim de que eu gosto, o de Newell me parece bom, realmente bom. Tem o melhor elenco do mundo (Miranda Richardson, Josie Lawrence, Polly Walker, Joan Plowright, Jim Broadbent, Alfred Molina) e foi realizado com muita delicadeza - para TV, chegando aos cinemas porque sua qualidade foi considerada superior à média das produções, não me lembro se da BBC ou do Channel Four. Só para concluir o assunto Mike Newell - me agrada essa competência que lhe permite abordar histórias e temas e personagens tão diferentes uns dos outros. Achei um papo muito legal quando o entrevistei. E nunca me esqueci. Newell devia ter quebrado o dente. Veio para a entrevista com aquele sorriso que mataria outro de vergonha e ele foi absolutamente natural, não estava ligando a mínima. Como todo mundo, estou curioso para ver o novo Harry Potter. Amanhã, já estará todo mundo opinando. Vamos aguardar.

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