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Uma geléia geral a partir do cinema

Gols de placa

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Não gostei do cartaz da Mostra deste ano, talvez porque não goste muito de OSGEMEOS - não dos caras, bem entendido - que o criaram, mas tenho para mim que o desenho pode ficar bom como animação na vinheta de abertura das sessões. Estou curioso para conferir. Mas quero dizer uma coisa - achei a capa de hoje do 'Caderno 2' uma das mais belas dos últimos tempos. O editor, a diagramadora e o cara da arte, não sei qual foi a contribuição exata de cada unm, mas eles pegaram as fitas de celuloide e os balões da ilustração e os aplicaram sobre a foto de Steve Evets e Eric Cantona, numa cena emblemática de 'À Procura de Eric', de Ken Loach. O resultado foi 10 (para mim). A Mostra decola hoje sob o signo do futebol, com o filme de Loach, para convidados. Amanhã tem mais futebol, com o 'Maradona' de Emir Kusturica, que eu achei maravilhoso como cinema e até fiquei pensando com meus botões - por que o Brasil, que se autointitula 'o País do futebol', não consegue fazer filmes tão bons, ou simplesmente bons sobre o esporte? Claro, existem exceções, mas nem os de que gosto - 'Todos os Corações do Mundo', de Murilo Salles - possuem a exuberância do documentário megalô de Kusturica ou daquele dedicado a Zidane, que me deixou chapado quando o vi na supertela de Cannes. Maradona acha que é o maior jogador do mundo, e os argentinos o cultivam como a um santo - como aqueles camponeses da Bolívia, que acendem velas para o Che -; Kusturica também não deixa por menos e se acha o maior diretor do mundo. Dois loucos (visionários?), mas é um p... filme e nenhum jogador brasileiro teria o culhão, perdoem a expressão, de Don Diego para se expor daquele jeito. Dois gols de placa, da Mostra e da equipe de ilustradores/desenhistas do 'Estado'.

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