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Uma geléia geral a partir do cinema

Forza, Italia!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Falei ontem, aqui, da retrospectiva do cinema italiano que o CCBB/SP realiza em janeiro. Pois tem mais cinema italiano chegando, e antes. No Centro Cultural São Paulo, começa hoje o Veneza Cinema Italiano 2, que vai apresentar, numa realização da Embaixada da Itália, da Bienal de Veneza, do Instituto Italiano de Cultura, do Cine Bombril e do CCSP, o conjunto de filmes que representou a Itália no recente Festival de Veneza. O programa de abertura é Quijote, de Mimmo Paladino, cuja releitura do clássico de Cervantes é no mínimo interessante de cotejar com a do catalão Albert Serra em Honor de Cavalleria, um dos destaques da 30ª Mostra Internacional de Cinema. Quijote passa hoje às 20h30. A partir de amanhã, pela ordem e no mesmo horário, serão exibidos também - La Stella Che non C'è, de Gianni Amelio; Come l'Ombra, de Marina Spada; Non Prendere Impegni Stasera, de Gianluca Maria Tavarelli; Il Feroce Saladino, de Mario Bonnard; mais dois programas no domingo - às 18 horas, Nuovomondo, de Emanuele Crialese (que concorre com Cinema, Aspirinas e Urubus a uma vaga no Oscar) e, às 20h30, Lettere dal Saara, de Vittorio De Seta. Os dois últimos integraram a programação da Mostra. Prefiro o segundo, mas respeito o primeiro. Quem me acompanha sabe do meu amor por Luchino Visconti, e não apenas por Rocco e Seus Irmãos, que é o filme-farol da minha vida. O cinema italiano faz parte da minha infância e adolescência, de forma até desordenada. Via os clássicos do neo-realismo no Cine Rival, de Porto Alegre (e só depois descobri que eram clássicos), mas via também as comédias de Comencini e Risi, as aventuras mitológicas de Riccardo Freda e Vittorio Cottafavi. No começo dos anos 60, Antonioni, Fellini e Rosi fizeram minha cabeça, tanto do ponto de vista da estética quanto da política - e sem que eu me sentisse obrigado a ter de escolher entre eles, porque se tivesse de fazê-lo minha opção seria por Visconti, assumo. Hoje, com a dominação, massiva e maciça, do mercado pela produção de Hollywood, o próprio cinema brasileiro é estrangeiro no País e cinematografias que outrora acompanhávamos, como a italiana e a francesa, só de vez em quando dão o ar da graça. O cinéfilo dispõe, desta maneira, de uma excepcional oportunidade para se atualizar com as novas tendências do cinema italiano, porque na sexta, numa iniciativa da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo, começa também (no Cinemark do Iguatemi) a 2ª Semana de Cinema Contemporâneo da Itália, com mais seis filmes, incluindo Romanzo Criminale, de Michele Placido, que integrou a mostra competitiva de Berlim, em fevereiro, e venceu sete prêmios David di Donatello, o Oscar da Itália; A Fera no Coração (La Bestia nel Cuore), de Cristimna Comencini, filha de Luigi; e A Segunda Noite de Núpcias, de Pupi Avati.

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