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Uma geléia geral a partir do cinema

Festival do Rio (2)/Les Misérables

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Assisti hoje pela manhã a uma cabine exclusiva de Les Misérables. Surtei vendo o filme do autor francês de ascendência maliana Ladj Ly. O filme possui elementos de Cidade de Deus, O Ódio, Tropa de Elite. Policiais versus periferia. Três tiras, e um deles está chegando no pedaço. Ainda não endureceu como os outros dois, especialmente o mais graduado do trio. Eles se envolvem numa situação de extrema violência, atingindo um menor. O affair é acidentalmente registrado por meio de um drone, e eles tratam de recuperar a gravação. A construção do anti-herói, já que até o que parece o mais consciente do trio cede ao irracionalismo. Ecos de Spike Lee, Faça a Coisa Certa - e Danny Aiello morreu ontem, é bom lembrar. No filme de Spike Lee, uma pizzaria do Brooklyn representa um mundo à beira do caos, em que italianos e negros vivem um equilíbrio precário, provocado por tensões raciais e sociais que estão... Explodindo? Basta um pretexto, e em Os Miseráveis é a caçada ao garoto que se apropriou de um filhote de leão de circo. Parece nada, mas deflagra uma guerra que envolve policiais, islâmicos, boyz n the hood. Mais um capítulo da revolta dos excluídos, tema do ano - Bacurau, Coringa, A Odisseia dos Tontos, Parasita, etc. Gostei demais, e amanhã tenho entrevista com dois dos atores do filme, um deles, Alexis Manenti, também roteirista. No final, a epígrafe é uma citação de Victor Hugo. Não existem ervas daninhas nem homens ruins, só maus semeadores (ou cultivadores). Tive um dia agitado - filmes, entrevistas, trocentas matérias, incluindo a capa de domingo, sobre Star Wars Episódio IX - A Ascensão Skywalker. O fim da jornasda. Daqui para a frente, só spin-offs. Fiquei tão cansado que deixei para ver o Jeferson De da Première Brasil amanhã. Jantei (no Lamas) e voltei para o hotel para ler, e dormir. Enquanto escrevo, estou curtindo a vista de Copacabana. A curva da Av. Atlântica, as luzes, a extensão de areia, o mar. O Rio de Janeiro continua lindo!

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