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Uma geléia geral a partir do cinema

Feliz ano novo!

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Olá! E já que se trata do primeiro post de 2008, feliz ano novo para todos nós, com muitos novos filmes e lançamento em DVD de todos aqueles grandes do passado que temos vontade de rever. Preciso contar duas experiências, meu último filme de 2007 e o primeiro de 2008. Havia combinado de passar o réveillon na casa de minha amiga Leila Reis. Estava quase saindo quando começou um filme na TV paga. Entrei naquela de ver um pouquinho, mais um pouquinho e terminei saindo de casa depois das 10 da noite. Minha filha, que viu comigo uma parte de 'Diga Que não É Verdade', de um tal James B. Rogers, achou que eu estava ficando doido. Mas eu confesso que me diverti muito. O filme é produzido por Bobby Farrelly e conta, com muita incorreção política, a história deste garoto que se apaixona e descobre que a amada é sua irmã! Só que não é, mas até desfazer o equívoco - e superar o estigma do incesto - ocorre de tudo. Quase morri de rir com cenas que - reconheço - são perfeitamente idiotas. O pai é paralítico e fala por meio de um aparelhinho. Sally Field é a mãe/madrasta que não liga para o casamento da filha e só quer que ela faça um casamento vantajoso. Quando descobre que Chris Klein e Heather Graham não são irmãos, ela faz de tudo para mantê-los afastados. No final, sofre um derrame e fica na cadeira de rodas, também falando pelo aparelho, como o marido. Simplesmente, não consegui parar de rir e, para culminar, quando Chris Klein supera a síndrome do incesto, ele descobre que sua mãe biológica é uma estrela pornô. Heather faz um gesto significativo e pergunta se ele não se masturbava vendo os filmes de Suzanne Sommers? A cara de Chris Klein indica que ele está tendo uma recaída da síndrome incestuosa. Um horror, mas muito divertido. Mil e uma taças de espumante depois - passei a noite levantando da cama para tomar água -, assisti agora de manhã a 'O Entardecer de uma Estrela', de Robert Harling, seqüência de 'Laços de Ternura', de James L. Brooks. Confesso que nunca havia visto. Comecei a ver, fui vendo mais um pouquinho, outro pouquinho e assim fui até o fim. Começar o ano com um filme que fala de morte foi de lascar, mas confesso que me emocionei muito com várias cenas, especialmente com o reencontro de Aurora (Shirley MacLaine) e o astronauta interpretado por Jack Nicholson. Quando ele descobre que aquele vaso contém as cinzas da doméstica (e amiga) de Aurora - Marion Ross, simplesmente maravilhosa -, a cara do Nicholson é o que há de notável. Pode ser que 'O Entardecer de Uma Estrela' seja melhor em partes do que no todo, mas achei que foi gratificante ver o filme e um bom começo de ano. Adoro aquele tipo de final. A vida seguiu seu curso, aparece a imagem do tronco de árvore na praia. Desapareceram as pessoas e ficaram só o cenário e os objetos, como no desfecho de 'O Eclipse', de Michelangelo Antonioni. E 'O Entardecer' não me tocou só pela categoria dos atores. O diálogo de Shirley e Nicholson na cena citada é muito bem escrito e melhor ainda interpretado, numa técnica que consiste em deixar subentendidas coisas que não são ditas, mas são essenciais. Mais uma vez - feliz ano novo para vocês! Para nós!

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