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Uma geléia geral a partir do cinema

Êxtase!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Não acredito que meu último post tenha sido editado há uma semana. Deve ser inédito na história do blog. Não fiz uma pausa sabática, não estava doente. A semana passada foi cheia - de matérias, de entrevistas e filmes. Incluiu uma ida abortada ao Rio, na quinta-feira, quando a ameaça, afinal não concretizada, de greve geral, me impediu de visitar o set de SOS - Mulheres ao Mar. Revi Branca de Neve e Antes da Meia-Noite, e confesso que gostei ainda mais de um e outro. Blancanieves é de uma magia encantadora e a beleza visual do filme de Pablo Berger - é francês, Bergê - me deixa sem fôlego. O preto e branco tem algo da elaboração de O Mensageiro do Diabo, o conto de fadas perverso do ator Charles Laughton (em sua única experiência como diretor), que Berger me disse ter sido uma de suas referências, além de ser um filme que ele ama com paixão. Antes da Meia-Noite é outra joia da parceria Richard Linklater (diretor) e Ethan Hawke e Julie Delpy (atores e roteiristas) e, para o meu gosto pessoal, é o melhor da série. O cinema, e menos ainda o de Hollywood, perdeu o hábito de abordar o casal hétero. Existem as comédias românticas, mas em geral são superficiais, quando não tolas, e Zach Snyder, no admirável O Homem de Aço, aborda o casal - os casais - numa perspectiva épica. E ainda começou o Festival Latino-americano, que tanta coisa boa oferece. Mas eu confesso que, na sexta, rumei para Tiradentes, e foi muito gostoso ver a cidade no inverno, distante do contexto do festival de cinema. Ficamos - Dib Carneiro foi comigo - numa pousada em, Bichinho, mas o objetivo era ver, no Festival de Inverno de São João Del Rey, o Gigantes da Montanha, que assinala nova parceria entre meu amigo Gabriel Villela e o Grupo Galpão. Meninos! Preciso tomar fôlego antes de encarar o desafio de tentar falar sobre uma das coisas mais bonitas que vi ultimamente. O cinema tem me brindado com experiências inesquecíveis, e eu mal posso esperar para rever o desfecho de Man of Steel, o que, se não tivesse ido a Minas, já teria feito e até refeito no fim de semana. Na sextas, antes de viajar, Eliana Souza, pauteira do Caderno 2, me disse que meu amigo Rodrigo Fonseca, no Globo, havia demolido o filme de Zach Snyder.. Não quero nem saber - esses nerds, viu Rodrigo, são f... -, mas a Eliana me disse que o nó górdio da rejeição seria a traição feita por Snyder ao personagem criado por Roy Shuster e Jerry Siegel. A tal fidelidade é uma questão que os críticos não se cansam de cobrar em adaptações literárias e, agora, de HQs. Posso até pensar e avaliar o assunto, mas o que me interessa  é a nova obra, porque nenhuma transcriação consegue 'ser' o original. Meu ponto é sempre o que o diretor quis fazer, e fez, com, determinada obra - a releitura. Foi o que me fez delirar com Man of Steel, no qual vejo até vestígios do meu amado Rocco, e também o Gigantes da Montanha. A releitura, por Gabriel e pelo Grupo Galpão, do texto inacabado de Pirandello, é uma coisa maravilhosa que vocês vão poder ver em setembro, aqui em São Paulo. Podem ir-se preparando.

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