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Uma geléia geral a partir do cinema

Encontraram-se!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Confesso que não tenho muita paciência com Colegas, o filme. Sei lá que júri maluco premiou o longa em Gramado, atribuindo a Super Nada, de Rubens Rewald, somente o prêmio de melhor ator (para Marat Descartes). Ainda não tinha visto Super Nada. Vi o filme em DVD e, na sexta, antes de me encontrar com o diretor - no café do Espaço Itaú, na Augusta -, fui rever o filme na telona. Não acho que seja um grande filme, mas na série de reviravoltas que vão desconcertando a gente tem um grande final que me deixou chapado. O que Jair Rodrigues sussurra no ouvido de Marat muda a percepção desse último sobre a arte e a vida e a nossa do personagem do ex-parceiro de Elis Regina. Aquele palhaço é horrível, era muito pior no roteiro, me disse o diretor, admitindo que Jair Rodrigues humanizou o personagem (e com certeza, agora sou eu que digo, foi fundamental no desfecho). Super Nada não é um filme fácil. Um amigo (psicanalista) de Rubens Rewald definiu-o como comédia depressiva, o que achei perfeito. Mas Super Nada é um filme e dá de dez em Colegas, que só faz sentido porque os atores, como os personagens, têm síndrome de Dawn, mas como eles não são intérpretes de verdade, o filme tem problemas de pathos, de ritmo... Ariel, protagonista de Colegas, já havia interpretado com a mulher o documentário Do Luto à Luta, de Evaldo Mocarzel (que é melhor). Pode ser um sonho genuíno, não duvido, Pode ter sido uma jogada de marketing - Ariel queria conhecer Sean Penn (e que ele visse o filme). Os dois se encontraram em Los Angeles na sexta-feira. Legal. Isso não vai me fazer achar que Colegas ficou melhor. Tenho de admitir, o que vocês talvez já saibam de outros posts, que não curto muito o ex de Madonna e Robin Wright. Em geral, sou sensível a rebeldes com ou sem causa, mas com Sean Penn sou de mármore. Nunca neguei que tenho antipatias gratuitas. Às vezes, elas decorrem de personagens que os atores fizeram tão bem. O sargento Getúlio de Lima Duarte (resgatado pelo papel do ator em A Busca), a Lota de Glória Pires no novo Bruno Barreto, Sean Penn por qualquer papel (o garoto abusado de Sobre Meninos e Lobos, o roqueiro de Paolo Sorrentino - é o único filme do diretor de que não gosto -, o próprio Milk). Sorry pela confissão. Fico contente pelo Ariel. Espero que o encontro e sua repercussão na mídia renovem o interesse pelo filme de Marcelo Galvão. Espero que os leitores queiram compará-lo com Super Nada. Independentemente de gostarem (ou não), vai ser bom para os dois.

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