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Uma geléia geral a partir do cinema

DVD

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Já comentamos isso outro dia, mas a lista dos DVDs mais retirados do GrupoEstado é o espelho do circuito exibidor, dominado pela produção de Hollywood. Recebi ontem a lista referente aos destaques da primeira semana de junho. Diamante de Sangue é o número um, seguido por Uma Noite no Museu, Babel, O Labirinto do Fauno, Rocky Balboa, Os Infiltrados, A Pequena Miss Sunshine, O Ilusionista, O Mestre de Armas e O Amor não Tira Férias. Ou seja - temos aí uma participação do cinema latino, mais exatamente o mexicano, via os filmes de Alejandro González-Iñárritu e Guillermo Del Toro, mas esses são aqueles filmes e diretores avalizados pela Academia de Hollywood. O próprio Pequena Miss Sunshine, pelo qual tenho uma queda - considerando-se todos esses títulos -, foi outro consagrado pela indicação aos prêmios da academia (e ganhou o de coajuvante para Alan Arkin). Fora isso, o que predomina nas locadoras, como nas salas, é o cinemão. Homem-Aranha ainda não chegou ao DVD, mas quando chegar vai ser um estrago. Scorsese caiu lá para baixo, mas Os Infiltrados teve seus dias de glória no topo da lista. No próprio Estado, fiz matérias extensas sobre as coleções Wim Wenders e Eric Rohmer, e no Caderno 2 e no Cultura - além do blog - não fizemos outra coisa senão tecer loas à coleção Zurlini, da Versátil. Mas isso é biscoito fino, para poucos. O que me impressiona é como o mercado de DVD reproduz o de cinema. Não gostaria de encontrar só A Moça com a Valisa, ou Paris Texas, ou os Contos das Quatro Estações entre os preferidos do público. Gostaria de encontrar também um filme de aventuras de guerra como Os Canhões de Navarone, por que não? Que nada - do cinema para a locadora e para a sua casa. Brasileiros? São raros os que entram na lista. Zuzu Angel entrou. Acredito que Batismo de Sangue vá entrar. Baixio das Bestas é mais difícil. E assim vive o mercado, que os distribuidores hoje admitem - ganham mais dinheiro com o DVD do que com as salas. Por que? Questões de segurança, talvez, mas também de economia. As pessoas preferem ver o filme em casa, sem risco de assalto, mas também porque sai mais barato alugar um filme que um monte de gente poderá ver. Com pipoca e refrigerante, e tudo, é muito mais econômico do que ir ao shopping, passar na praça de alimentação e ainda pagar estacionamento.

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