PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Didi

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

GRAMADO - Cheguei ontem em cima da hora para a cerimônia de abertura. Mal tive tempo de me credenciar e correr à rua coberta, qie dá acesso ao Palácio dos Festivais, onde a Ospa, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre já apresentava seu concerto inaugural. A festa no palco, propriamente dita, foi inaugurada por Renato Aragão, o Didi, que recebeu um Kikito de Ouro especial por sua carreira de 47 filmes, incluindo os sete que se contam entre as dez maiores bilheterias do cinema brasileiro de todos os tempos. Renato durante tanto tempo foi hostilizado pela crítica. Vive agora esse momento de receber homenagens. Primeiro, a da Academia Brasileira de Cinema. Agora, a de Gramado. Como ele disse, os prêmios chegam no momento certo - e servem de estímulo para que siga adiante, num momento em que enfrenta, como explicou, seu maior inimigo - o blockbuster. No passado, seria impensável tirar um filme do Trapalhão das salas, mas agora a Warner exigiu centenas delas para o 'Batman' de Christopher Nolan - que eu amo mais do que o filme do Renato, é verdade - e o resultado foi, com 80 cópias, uma bilheteria razoável (na última vez que chequei, já faz tempo, estava em cento e poucos mil), mas muito abaixo dos milhões que ele fazia antes. Divertido como sempre, Renato disse que adora fazer cinema, que tem o cinema na veia e que, na realidade, a TV foi um acidente de percurso, porque o que ele sempre quis foi ser, na tela, como seu ídolo Oscarito. Ele ama cinema, mas não vai ao cinema (saiu no começo da exibição do longa gaúcho 'Dias e Noites'). Renato acrescentou que, ao contrário dele, tem um amigo que não perde pré-estréias, mas que chega tão cedo que outro dia pegoui o leão da Metro ainda de rolinhos na juba. A platéia quase veio abaixo. Se o ofício do trapalhão é fazer rir, ele mostra que continua afiado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.