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Uma geléia geral a partir do cinema

Diário de Cannes (40)

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Meu amigo Dib Carneiro veio a Cannes. Chegou na terça e permaneceu aqui cinco dias. Fez sua estreia no tapete vermelho, na sessão de Sils Maria, de Olivier Assayas. Talvez por sua ligação com o teatro - é dramaturgo premiado e crítico de teatro infantil, autor de Pecinha É a Vovozinha -. Dib gostou mais que eu do filme. Não foi uma grande representação francesa, a de 2014, mas em parte isso se deveu à seleção. Os ingleses e norte-americanos ficaram loucos com Adieu au Langage, de Jean-Luc Godard, e não poucos lamentaram que o novo filme de Pascale Ferran, Bird People, tenha ido para Um Certain Regard, ao invés da competição, no lugar de The Search, de Michel Hazanavicius. De minha parte, tento entender até agora porque Party Girl fez aquele furor. O filme dos franceses Samuel Theis, Marie  Amachoukeli e Claire Burger foi premiado em Um Certain Regard e o júri da presidente Nicole Garcia lhe atribuiu a Caméra d'Or. Como? A história da p... que não quer deixar de ser p... não é melhor de coisa nenhuma, por mais interessante (provocativa?) que seja a premissa. O discurso feminista clássico é quase sempre social, baseado no fato de que a dificuldade material - exploração -é que leva as mulheres a se prostituírem (hoje em dia, muitos homens, também). Pode ser alienação (da personagem), mas ela gosta da balada, de beber, de dar. Party Girl tem alguma coisa de Gloria e daquele outro filme com Marianne Faithfull de que sempre esqueço o nome, mas não é tão bom. Em tempo - Dib colocou no facebook a foto dele no tapete vermelho e 600 pessoas já curtiram. Um sucesso!

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