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Uma geléia geral a partir do cinema

Diário de Berlim Dia 10.2

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

BERLIM - Já passa da meia-noite aqui, portanto, já estou no domingo, enquanto vocês, no Brasil, quatro horas atrás, ainda estão no sábado. Enviei uma matéria para o portal do Estado sobre os prêmios dos júris e seções paralelas. Caru Alves de Souza ganhou o prêmio da mostra Generation 14Plus com Meu Nome É Bagdá, que foi meu favorito entre todos os brasileiros na Berlinale deste ano. O uruguaio/brasileiro Chico Ventana también Quisiera Tener Un Submarino, de Alex Piperno, venceu o prêmio do público atribuído por leitores do Tagesspiegel. Foram os únicos brasileiros recompensados. O prêmio da Anistia Internacional foi para um documentário do Panorama, Welcome to Chechnya, de David France, dos EUA, sobre as perseguições à comunidasde LGBTQ+ na Chechênia. Numa entrevista no Kremlin, o líder Ramzan Kadyrov disse que não existem gays na Chechênia, e o filme mostra por quê. Estão matando todos. Welcome To Chechnya também recebeu o Urso gay, o Teddy Bear. O prêmio do júri ecumênico foi para o iraniano Mohammad Rasoulof, por There Is no Evil, e o autor, como Jafar Panahi, está confinado e não pode sair do Irã. O filme de Rasoulof também venceu o Guild Film Prize. Cheguei a escrever no texto para o online - só falta agora o Urso de Ouro, e ele veio. De maneira geral,o júri fez a coisa certa, só errando ao ignorar o Tsai, mas esse deveria ter sido premiado pela crítica, e a tal Fipresci também o ignorou. Kleber Mendonça deve ter sido decisivo para o prêmio de direção, atribuído a Hong Sangsoo. Ao anunciar o Urso de Prata para The Woman Who Ran, acrescentou - do grande Sangsoo. A norte-americana Eliza Hittman, de Never Rarely Sometimes Always, venceu o Grande Prêmio; Elio Germano foi melhor ator, por Volevo Scondermi; Paula Speer, a melhor atriz, por Undine. There Is no Evil promove uma discussão muito importante sobre moralidade e pena de morte. O filme conta quatro histórias - tomei um choque no fim da primeira. Na ausência do diretor, o produtor agradeceu aos atores por sua coragem em fazer o filme. A câmera passou pelas fila toda. Vejam no YouTube. Homens, mulheres, todos choravam copiosamente. Eu, claro, chorei junto.

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