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Uma geléia geral a partir do cinema

De volta ao teatro

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

TIRADENTES - Por mais que tenha gostado de Chacrinha (o musical), e gostei muito, amei O Homem-Elefante, que foi minha experiência visceral nos teatros do Rio, na semana em que lá estive. Nossa amiga Kika Freire foi ver e também siderou - com o Chacrinha. Ontem, ela mandou um torpedo para Dib Carneiro, dando conta de que Macksen Luiz demolira O Homem Elefante em sua crítica no Globo. Dib leu trechos para mim. Estávamos na festa pós-exibição de Órfãos do Eldorado. Entre comentários ao filme, comentei com amigos do Rio minha temporada de teatro. O crítico achou os atores de O Homem-Elefante insatisfatórios, mas o que o irritou foi o foco dramatúrgico.A encenação prende-se à máscara do homem-elefante, aos efeitos. Pode ser que não seja relevante o que vou dizer, mas achei uma crítica politicamente correta, e inconsistente. Até por meu defeito físico, se há uma coisa de queentendo é desse olhar diferenciado que as pessoas têm em relação ao outro. Não digo que isso seja necessário na arte - ter de reproduzir a realidade como ela é -, mas pode ser. O que quero dizer é que, com minha experiência humana, mais minha sensibilidade estética - por mais analista de Bagé que seja -, O Homem-Elefante me propôs alguma coisa muito forte e muito rica, na qual embarquei e da qual saí balançado. No limite, é O Chacal de Nahueltoro. O médico reintegra Merrick à vida social, dá-lhe um status humano, uma identidade, mas só para terminar exercendo sobre ele a força repressora da civilização. Temos diversos planos no mesmo espetáculo, o que pode gerar certo desequilíbrio. Humano, existencial, ontológico, político, social - e estético. Dane-se o crítico. Posso dizer que Cibele Forjaz e seus atores fizeram O Homem-Elefante para mim, e eu amei.

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