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Uma geléia geral a partir do cinema

Dália não, gardênia sim

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Pedro Butcher e eu andamos tanto na contramão um do outro que em Cannes, em maio, quando ocorria de a gente gostar do mesmo filme, nossa reação era sempre a mesma - ih, é preciso rever, não pode ser bom! Piadas à parte, o Pedro, que é ótimo, exagerou - me contam que ele anda definindo Dália Negra, o trash de luxo do Brian De Palma, como o ponto de encontro de Fritz Lang e David Lynch. Não sei de que Lang (Gardênia Azul lançado em DVD pela Aurora, não é), mas de qual Lynch posso até arriscar (o de Coração Selvagem, principalmente). De minha parte, também tenho uma sugestão para os encontros notáveis em Dália Negra - Dario Argento e Lucio Fulci, o brega do brega do sub-Hitchcock. Coitado do pai de Asia Argento. Não merece ser tratado desta maneira. Qualquer Dario Argento, com seu fake e gratuidades assumidos, é melhor do que Dália Negra, com seu fake e gratuidade também assumidos. Para não dizer que não me diverti nada, a cena do assassinato de Aaron Eckhart é repeteco da morte a navalhadas de Angie Dickinson em Vestida para Matar e do crime da furadeira em Dublê de Corpo, com um problema - apesar das sombras, é tão óbvio quem está matando (pelo formato do rosto, pela boca) que tira a graça da revelação final.

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