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Uma geléia geral a partir do cinema

César consagra meu favorito

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

E o César, o Oscar francês, consagrou Abdehrramane Sissako e seu admirável Timbuktu, que o júri de Jane Campion, criminosamente, esqueceu no Festival de Cannes do ano passado. Na rádio, na TV, no jornal, no blog, tenho dito que o Oscar de filme estrangeiro se resolve entre o russo Leviatã e o polonês Ida - o primeiro deve levar -, mas o meu preferido será sempre o africano, que ontem à noite se sagrou vencedor da 40.ª entrega dos prêmios aos melhores do cinema francêse. . Mommy, de Xavier Dolan, recebeu o César de filme estrangeiro e eu fiquei pasmo porque na disputa entre os dois Saint-Laurent, Pierre Niney levou a melhor sobre Gaspard Ulliel na categoria de melhor ator. Niney é o YSL de Jalil Lespert, Ulliel o de Bertrand Bonello e não há nem possibilidade de comparação entre os atores (e os filmes). É verdade que, em matéria de público, Lespert fez a festa, com 4,5 milhões de espectadores. Lançado depois, mas também por seu perfil mais 'autoral', o filme de Bonello fez míseros 10% da massa de espectadores de Lespert. Será que o César levou em consideração o aspecto 'comercial'? Comparativamente, o Oscar deste ano deve se decidir amanhã entre dois (relativos) fracassos de bilheteria. Os favoritos Birdman e Boyhood registraram as menores rendas entre os oito indicados para melhor filme - US$ 40 milhões (cada). Não posso opinar sobre a melhor atriz do César 2015, Adèle Haenel, porque não vi Amor à Primeira Briga, mas adorei que Louane Emera, a filha de A Família Bélier, tenha sido a atriz revelação, aquilo que os franceses chamam de espoir feminin. Kristen Stewart foi a melhor coadjuvante por seu papel no Olivier Assayas, Acima das Nuvens. E Reda Kateb, o melhor coadjuvante, por Hippocrate. No geral, foi uma escolha bem melhor do que a do ano passado, quando venceu Les Garçons et Guillaume, à Table, de Guillaume Galienne. Sei que tem gente que vai contestar, mas era um Paulo Gustavo piorado. Minha Mãe É Uma Peça, fundado no mesmo princípio - mamãe interpretada em travesti por um ator -, é muito melhor que o tal Guillaume.

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