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Uma geléia geral a partir do cinema

Cannes resgata o ano que não termina nunca

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Como vocês já devem ter percebido comemoram-se em maio 40 anos do célebre Maio de 1968, o ano que, segundo Zuenir Ventura, não termina nunca porque permanece uma referência viva no inconsciente dos que um dia sobnharam mudar o mundo. Em Maio de 68, Godard, Truffaut, Polanski e Malle, entre outros grandes diretores, pararam o Festival de Cannes, em solidariedade ao movimento de estudantes em Paris. O festival foi interrompido e só voltou no ano seguinte, com a vitória do poema revolucionário 'Se...', de Lindsay Anderson. Só como curiosidade, 'Adalen 31', de Bo Widerberg, ganhou o grande prêmio do júri, Vanessa Redgrave foi melhor atriz (por 'Isadora'), Jean-Louis Trintignant foi melhor ator (por 'Z'), Costa-Gavras ganhou o prêmio especial do júri (por 'Z', de novo) e Glauber Rocha recebeu o prêmio de 'mise-en-scène' (direção) por 'Antônio das Mortes', que foi o título que 'O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro' recebeu no exterior. Glauber não ganhou sozinho, é verdade. Ele dividiu seu prêmio com o checo Vojtech Jasny, por 'Todos Bons Cidadãos'. E ainda houve um prêmio para a melhor 'opera prima' para 'Sem Destino', de Dennis Hopper. Agora, 40 anos depois, ouço dizer que Cannes vai lembrar a data fazendo um festival paralelo. Todos os filmes que não passaram em 68 seriam resgatados em sessões especiais, em 2008. Se a notícia se confirmar, serão 20 filmes a mais, mas eu, pelo menos, não vou me queixar do excesso de trabalho. Adoraria fazer esta viagem no tempo.

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