PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Cannes (8)/Carrosse d'Or

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Preciso descobrir por quê - na verdade, até acho que sei -, mas me emociono profundamente quando vejo a vinheta da Quinzena dos Realizadores. Todas aquelas imagens de filmes de autores que surgiram na Quinzena. Procurem no YouTube, tenho certeza de que deve estar lá. Dentro do Festival de Cannes, a seção tem uma madri9nha e é a Societé Française des Realisateurs. O cinema de autor apadrinhado pelos próprios diretores. Como todo ano, e desde 2002 - há 14 anos, portanto -, a Quinzena outorga um prêmio, le Carrosse d'Or, a um grande diretor que tenha se pautado, em sua trajetórias, pela independência. O nome do prêmio remete a Jean Renoir, que François Truffaut chamava de 'le Patron' do cinema francês. A Carroça de Ouro é dos anos 1950, com Anna Magnani, um tributo à commedia dell'arte. Este ano, não me lembrava - havia lido em algum lugar -, mas a Carroça foi atribuída ao islandês Aki Kaurismaki. Antes que seu nome fosse anunciado passou um videoclipe com cenas de seus filmes. Desde a primeira imagem já dava para identificar o autor. Todos aqueles personagens solitários, outsiders, bizarros, interpretados por atores idem. E a música! Como um cara do Norte, como Aki, consegue entender tão bem a visceralidade do tango? Cowboys de Leningrado, O Porto, O Homem sem Passado, Nuvens Passageiras, a Garota da Fábrica de Fósforos. Dou-me conta de gosto muito do cinema de Aki, e até choro. Mas ele não vem receber o prêmio. A boa notícia é que está filmando. Quase todo Aki Kaurismaki que conheço descobri em Cannes. Quem sabe no ano que vem? Só espero ainda estar por aqui...

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.