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Uma geléia geral a partir do cinema

Cannes (2)/Começou!

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - De Café Society, pode-se dizer que é mais do mesmo Woody Allen, mas dessa vez do Woody Allen bom. Nos últimos anos, e mantendo sempre o ritmo de um filme por ano, todos os anos, Woody tem nos acostumado a resu8ltados, digamos, desiguais. Faz filmes ótimos, outros bons, alguns nem tão bons. Mas não perde o foco. Não perde de novo. Jesse Eisenberg faz o aspirante a escritor que, nos anos 1930, desembarca em Hollywood em busca de uma carreira. As circunstâncias fazem com que triunfe mais facilmente no café society da época. A coletiva do filme foi uma delícia. Estavam Woody, Jesse, Kristen Stewart, Blake Lively, Corey Stoll (atores) e o grande Vittorio Storaro, diretor de fotografia. Woody já trabalhou com os maiores iluminadores do mundo - Gordon Willis, Sven Nykvist, Carlo di Palma. Storaro e ele bateram um bolão na coletiva. Encararam a questão da nova tecnologia, o digitasl. Woody mantinha-se renitente na utilização da película, mas não se pode parar o tempo. O importante não é a técnica. Ela é só uma ferramenta. O importante é a história que se pretende contar. Foi uma boa, bela abertura. À noite, teremos o primeiro romeno da competição, Cristi Puiu, com Sierranevada, que tem quase três horas (2h53). É bem mais que o Woody Allen, 96 min. Woody continua mestre da concisão. Seu jovem escritor encara questões como a vida, o amor, a arte. O diretor faz mais perguntas do que fornece respostas. É um dos charmes do novo filme. Café society termina e permanece rolando no imaginário do espectador que resolva prosseguir com as inquietações do autor.

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