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Uma geléia geral a partir do cinema

Bastidores das deliberações

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

PARIS - A imprensa daqui repercutiu ontem o resultado do Festival de Cannes. Apesar dos esforços de Isabelle Huppert na coletiva do júri, dizendo que não havia precisado usar sua prerrogariva de presidente para premiar Michael Haneke - a propósito, a Imovision vai distribuir 'Le Ruban Blanc' no Brasil -, todo mundo diz que os bastidores das deliberações foram tumultuados. Isabelle teria sido manipuladora, autoritária, uma verdadeira personagem 'chabroliana' (Chabrol já disse que gosta dela porque sua atriz consegue ser uma peste, quando quer). O pau comeu com a direção do festival porque a presidente, quebrando o protocolo, não abriu mão de entregar - pessoalmente - a Palma para Haneke. A imprensa francesa lamenta que Elia Suleiman nada tenha recebido - não fui só eu que gostei de 'The Time that Remains' - e li que 'Et Bientot le Vide' também não ganhou nada porque o júri, num efeito de composição, teve de atribuir o prêmio de direção ao Gaspar Noë filipino, Brillante Mendoza - por 'Kinatay' -, para acalmar Nuri Bilge Ceylan, o maior defensor do filme. Gostei dessa definição de Brillante Mendoza como 'Gaspar Noë das Filipinas', mesmo sabendo que deve desagradar a meu amigo Kleber Mendonça, que gosta de Brillante e detestou o Noë. Tinha achado James Gray de cara muito amarrada. Ele parece ter sido o grande derrotado nas deliberações. Quem Mr. Gray queria que tivesse ganhado a Palma? Vamos ter que descobrir isso...

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