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Uma geléia geral a partir do cinema

Abdellatif, guardem o nome

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Ia começar falando de Oscar, mas ainda bem que fui olhar os comentários e encontrei a lista do Luiz com os vencedores do César. Sorry, Marco Antônio, mas o nome do cara pode ser estapafúrdio e, mesmo assim, Abdellatif Kechiche é um grande cineasta. Pelo nome, dá para ver que ele é francês de origem muçulmana, vindo das colônias. Vi o filme em janeiro, quando participei, em Paris, dos Encontros do Cinema Francês. É um grande flme - será que foi comprado por Jean-Thomas Bernardini, da Imovision? - e a atriz Hafsia Hergi, que entrevistei e agora ganhou o César de melhor espoir (esperança) feminin(a) é jovenzinha, e um encanto. Os Oscars de Marion Cotillard e Mathieu Amalric já eram esperados. Ambos ganharam os prêmios da Associação de Críticos Estrangeiros de Paris, que foi entregue durante os tais Rencontres, seguindo-se um jantar que foi um luxo na Mairie (Prefeitura) de Paris. Marion pode bisar hoje à noite seu César no Oscar, mas eu duvido. Acho que vai dar Julie Christie, de novo (43 anos após 'Darling, a Que Amou Demais'). Aproveito para dizer que achei sacanagem da academia não haver indicado o Mathieu como melhor ator. O filme dele, 'O Escafandro e a Borboleta', concorre a melhor filme estrangeir e Julian Schnabel foi indicado para melhor diretor, ocupando a vaga de Joe Wright, de 'Desejo e Reparação'. Mas a academia deve ter achado que eram estrangeiros demais no Oscar. Marion, a Piaf, Javier Bardem - este leva, por 'Onde os Fracos não Têm Vez' -, dançou o Mathieu Amalric, mas ele é a alma de 'O Escafandro', sendo impossível gostar do filme de Schnabel sem achar que o diretor centrou sua mise-en-scène no ator e acrescentou uns floreios de artista plástico que é.

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