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Uma geléia geral a partir do cinema

'A Mulher do Meu Amigo'

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Assisti ontem a 'A Mulher do Meu Amigo' e terminei não postando nada sobre o longa de Cláudio Torres, um pouco por não saber o que dizer, a uma primeira visão. Não gostei, não acho que seja bom, mas é um filme bem dirigido e isso me faz lamentar ainda mais o mau resultado. Cláudio Torres já havia feito um filme barroco, over, mas interessante, 'O Redentor'. Aqui, ele se baseou num original de Domingos Oliveira, "Deixando o Escritório', ou alguma coisa assim. Acho que é um dos pontos que vale ressaltar no filme. Com exceção de 'Todo Mundo Tem Problemas Sexuais', que possui uma linguagem mais elaborada e sofisticada, misturando teatro e cinema, os filmes recentes de Domingos, mesmo pegando carona em sua produção teatral, me parecem muito 'naturalistas'. Cláudio Torres evita o naturalismo e até elabora imagens, situações etc. O conceito de um capitalismo predador e a solução do escritório das 'causas justas' - vocês vão perceber quando assistirem ao filme - me parecem levar adiante a visão crítica (um pouco cínica em relação ao poder do dinheiro, talvez) de 'Redentor'. Mas tem coisas que não me convenceram. Gostei do casal formado por Marcos Pameira e Maria Luisa Mendonça, mas a personagem dela se recente de um detalhe que não é pequeno - o cinema brasileiro não tem tradição de loira burra. Gosto de Mariana Ximenes, mas ela me parece muito jovem para estar traindo o marido há dez anos. Da mesma forma, o 'amante' não me pareceu uma boa escolha, porque as cenas de perversão sexual ficaram caricatas demais. Feitas todas essas ressalvas, e assumindo que, no limite, não gostei, tenho de admitir que dei algumas risadas. Só não entendi uma coisa - burrice minha ou problema de edição. Perdi alguma coisa ou o que é aquela tomada das curvas da estrada com o carro e a bicicleta? Que raio de bicicleta é aquela? E será que me enganei ou a história se passa em São Paulo e a serra é a carioca? Por menos que entenda de paisagem de São Paulo, aquilo não é Campos do Jordão. Que confusão, meu Deus...

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