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Uma geléia geral a partir do cinema

A morte de Bradbury

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Morreu Ray Bradbury - aos 91 anos. A notícia me apanha após redigir os textos sobre 'Madagascar 3' e 'Violeta Foi para o Céu' na edição de amanhjã do 'Caderno 2'. Muitas entrevistas - adorei a animação, que tem uma vilã genial, a Capitaine Chanmtel DuBois, e possui uma das mais extraordinárias cenas de perseguiioção (a mais?) que já vi, e não estou me esquecendo de 'Bullitt' nem de 'Operação França'. 'Violeta' me proporcionou encontos muito calorosos com o diretor Andrés Wood e a atriz Francisca Gavilán. Não estou muito bem. A gripe me pegou a volta da Europa, estou com o peito carregado, chiando (e com medo de um retorno da pneumonia. Vade retro!). Mas é preciso encarar a morte de Ray Bradbury. François Truffaut adaptou 'Fahrenheit 451' e Jack Smight, 'O Homem Ilustrado', que virou 'Uma Sombra Passou por Aqui' e embora o primeiro seja razoável, não creio que o cinema tenha tratado muito bem a imaginação de um dos mestres da ficção científica. Outros de seus textos também foram adaptados para cinema e televisão, mas tenho a impressão de que a grande contribuição de Bradbury para o audiovisual foi o roteiro de 'Moby Dick', que adaptou, do romance de Herman Melville, para John Huston. Foi uma sacada do grande diretor que só um visionário como Bradbury pudesse entender as complexidade das indagações filosóficas e blasfemas do livro, em que a existência (e a morte...) de Deus estão permanentemente em xeque. Bradbury publicou 11 romances e cerca de 400 contos, reunidos em 40 livros. adorava as histórias de 'O Homem Ilustrado' e lamentei que o cinema, um diretor talentoso como Smight, tenha sido tão tímido na visualização do livro. Mas o 'meu' Bradbury, tenho de admitir, é o de 'Crônicas Marcianas'. Ler o livro nos anos 1960, quando Franklin Schaffner e, principalmente, Stanley Kubrick repensavam a ficção científica - com 'Planeta dos Macacos' e '2001' - foi uma experiência e tanto.

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