Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

A diversidade do contador de histórias

PUBLICIDADE

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Estou indo daqui a pouco ver Guardiões da Galáxia, e por isso vou perder o encontro de Pablo Trapero com o público do Festival Latino, às 11 horas, no Cinesesc. O protocolo do evento previa um encontro de Pablo e da mulher, a atriz e produtora Martina Gusman, mas até onde sei ela não veio e será ele sozinho. À noite, na Praça Cívica, e imagino que Pablo irá, de novo, teremos a exibição de Leonera, dentro da retrospectiva que o 9.º Festival lhe dedica. Argentino de 43 anos - nasceu em 1971 -, Trapero tinha 28 quando seu primeiro longa, Mundo Grua, venceu o prêmio da crítica no Festival de Veneza. Com o segundo longa, El Bonaerense/Do Outro Lado da Lei, de 2002, foi selecionado para a mostra Um Certain Regard, de Cannes, e este ano voltou à Croisette para presidir o júri que outorgou o prêmio justamente de Um Certo Olhar. Trapero tem sido um frequentador de Cannes. Voltou com Abutres e Elefante Branco a Um Certo Olhar e integrou a competição com Leonera. Gosto demais de Mundo Grua e de outros dois filmes que ele fez - Nascido e Criado, que descobri nessa edição do Festival Latino, e Família Rodante. São diversos entre si, mas coerentes e isso é que me atrai no diretor como contador de histórias. São histórias de gente, enriquecidas por observações sociais. Aquela família que cai na estrada revela um país inteiro. O homem que sofre porque se considera o assassino da mulher e da filha me toca demais (em Nascido e Criado). Com a mulher, Trapero tem uma produtora, a Matanza Cine, que não produz só seus filmes. A Matanza tem produzido outros diretores, descobrindo e apostando em novos talentos. Entre outros, Guillermo Pfening, o admirável ator de Nascido e Criado, que dirigiu Caito. Vai ser um encontro interessante. Trapero vai poder falar do cinema argentino, e de seu cinema. Espero entrevistá-lo à tarde para o jornal, ou para o site do Estado. O importante, para mim, é documentar sua fala sobre essa homenagem. E despertar em alguns de vocês, malgrado o horário, o desejo de estar lá no Cinesesc.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.