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Uma geléia geral a partir do cinema

A bomba de Lars

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Realizei hoje um dos sonhos da minha vida. Entrevistei Alain Cavalier, cujo novo filme, `Pater`, talvez seja o mais radical do festival. Dois personagens, o presidente da Franca e o primeiro ministro, dois atores, Vincent Lindon e o proprio Cavalier, envolvidos numa relacaoh tipo pai e filho. O orcamento eh insignificante, a equipe reduz-se aos dois. Cavalier opera a camera quando Lindon  ocupa o plano (e vice-versa). Amei. Mas justamente para poder falar com Cavalier (e Lindon), perdi a coletiva de Lars Von Teruier, que foi o escandalo do festival. Em primeiro lugar, o filme. Desde `Ondas do Destino` naoh gostava tanto, imediatamente, de um filme de Von Trier. Reconheco a importancia de `Dancando no Escuro`, mas ateh hoje naoh sei se eh um filme do qual posso dizer que gosto. `Anticristo` precisei ver duas ou tres vezes antes de `entrar` no filme. Dessa vez, gostei de cara (e explico depois o por queh). Na entrevista, falando sobre Wagner, o compositor, Von Trier elogiou um sujeitinho chamado... Hitler. Disse que naoh eh por causa do nazismo (e do Holocausto) que ele vai negar algumas boas ideias do Adolfo. Acrescentou que muita gente poderia pensar que ele eh nazista, mas nao, ele gosta de judeus (apesar do Estado de Israel). Sentiram a dimensaoh da coisa? Von Trier sabe jogar uma bomba no festival. Se naoh eh o filme, e desta vez naoh eh, ele incrementa a discussaoh com sua persona.

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