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Opinião|"Romeu e Julieta" no Teatro São Pedro, ou do amor e sua negação

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Para o público da ópera, esta tem sido uma semana cheia - e a sensação é boa, não? Na terça, estive no Municipal para ver "A Menina das Nuvens", produção original de Belo Horizonte, onde estreou em 2009. Gostei ainda mais da música de Villa-Lobos, apesar dos problemas que ela indiscutivelmente tem: no post abaixo, coloquei a crítica que escrevi para a edição de hoje do Caderno 2. Ontem, fui ao São Pedro, para a estreia de "Romeu e Julieta", com Fernando Portari e Rosana Lamosa. Musicalmente, foi um espetáculo muito bem acabado, Portari e Lamosa em excelente forma, Luis Gustavo Petri muito feliz na construção das atmosferas musicais de Gounod. Quanto à montagem: no limite, o que parece propor o diretor Vinicius Torres Machado é a inexistência do amor - Romeu e Julieta seriam os únicos a não compartilhar dessa verdade universal, que é relembrada a todo instante com tons carregados (forçados?) de ironia por um grupo de clowns que acompanham o desenrolar do enredo. Narrar uma história de amor a partir de sua negação, em pleno começo do século 21, não me parece ideia das mais originais - e cria, nessa montagem específica, um descompasso muito grande entre cena e música, recriada com sensibilidade pelas mãos de Petri e pelos cantores. Mas essa foi a primeira impressão. Hoje, volto ao São Pedro para ouvir o outro elenco, composto por Atalla Ayan, Laryssa Alvarazi e Amadeu Tasca. Voltamos a nos falar.

Atualização, feita na manhã do dia 13/8: O "Caderno 2" publicou hoje a crítica do "Romeu e Julieta" do São Pedro. Para ler, basta clicar aqui.

Opinião por João Luiz Sampaio

É jornalista e crítico musical, autor de "Ópera à Brasileira", "Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção" e "Guiomar Novas do Brasil", entre outros livros; foi editor - assistente dos suplementos "Cultura" e "Sabático" e do "Caderno 2"

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