Morreu ontem no Japão, onde estava para dar aulas em um festival próximo a Tóquio, a soprano alemã Hildegard Behrens. Ela estava com 72 anos. Sempre gostei mais dela em Strauss do que em Wagner, o que pode bem ser uma idiossincrasia minha. Sua Salomé, com Karajan, está entre as grandes. Mas gosto de sua Isolda com Bernstein, por mais desigual que soe no conjunto a gravação (e olha que me dói falar isso do grande LB).
Como Brünhilde, a comparação é ingrata: a geração de Behrens teve a tarefa delicada de substituir a geração da lenda Birgit Nilsson. De qualquer forma, o que me atrai no timbre dela é justamente a mistura de resistência e intensidade com um caráter lírico, de rara doçura, que oferece fragilidade a papéis que, assim, acabavam ganhando novas e nuançadas cores. É, enfim, mais uma grande wagneriana que se vai. Sem que novas apareçam para ocupar o lugar deixado vago.