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Opinião|John Neschling vai reger estreia italiana de 'Lo Schiavo', de Carlos Gomes

Luiz Fernando Malheiro, convidado anteriormente, desistiu da produção, que acontece em Cagliari em fevereiro, após assumir na semana passada o posto de diretor musical do Teatro Municipal do Rio de Janeiro

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Foto do author João Luiz Sampaio
Atualização:

O maestro John Neschling vai reger a estreia italiana da ópera Lo Schiavo, de Carlos Gomes, em fevereiro. A produção, anunciada no final de dezembro pelo Teatro Lírico de Cagliari, seria comandada por Luiz Fernando Malheiro, que no entanto cancelou sua participação após assumir, na semana passada, o posto de diretor musical do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

 Foto: Estadão

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Com direção de Davide Garattini Raimondi, Lo Schiavo foi anunciado como uma co-produção entre o Teatro de Cagliari e o Festival Amazonas de Ópera, realizado em Manaus, do qual Malheiro é o diretor artístico, e a expectativa é de que ela seja encenada na edição deste ano do evento. No elenco está o barítono brasileiro Rodolfo Giuliani, que interpretará o protagonista Iberê em quatro das nove récitas previstas entre os dias 22 de fevereiro e 3 de março.

Escrita nos anos 1880, Lo Schiavo baseou-se em um libreto do Visconde de Taunay, tendo um escravo de origem africana, Iberê, como protagonista. A princípio, a obra seria estreada no Rio de Janeiro, mas o compositor resolveu levá-la para a Itália, alterando o texto e fazendo do protagonista um índio, imaginando reproduzir o sucesso de O Guarani.

Com a mudança,  Taunay, envolvido com o movimento pela abolição dos escravos, pediu que seu nome fosse retirado da obra. Os desentendimentos, no entanto, não acabariam aí: brigas entre Gomes e o poeta responsável pela adaptação do libreto para o italiano levaram a uma batalha judicial que resultou na proibição da apresentação de Lo Schiavo na Itália.

Opinião por João Luiz Sampaio

É jornalista e crítico musical, autor de "Ópera à Brasileira", "Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção" e "Guiomar Novas do Brasil", entre outros livros; foi editor - assistente dos suplementos "Cultura" e "Sabático" e do "Caderno 2"

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