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Opinião|Festival de Campos do Jordão anuncia programação com redução de 25% no orçamento

Evento volta a acontecer em São Paulo e em Campos, com orçamento de R$ 3 milhões advindos apenas da iniciativa privada, sem participação do governo do Estado; serão 80 concertos e o evento reunirá 205 bolsistas

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Foto do author João Luiz Sampaio
Atualização:

O 48º Festival de Inverno de Campos do Jordão será realizado entre os dias 1º e 30 de julho. Como nas últimas edições, o evento vai se dividir entre Campos (concertos) e a Sala São Paulo, onde ocorrem apresentações e a parte pedagógica. A medida tem como objetivo redução de despesas: entre 2015 e 2016, o festival sofreu uma redução de 30% no orçamento. Este ano, a verba destinada ao evento é de R$ 3 milhões, valor advindo de patrocínios privados, sem participação do Estado. No ano passado, o orçamento era de R$ 4 milhões, com R$ 1,7 milhão do governo de São Paulo e 2,3 milhões de patrocínio. Ao todo, serão realizados 80 concertos, oito a menos do que no ano passado; o número de bolsistas caiu de 217 para 205.

Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão Foto: Estadão

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A lista de professores é composta quase exclusivamente de músicos brasileiros ou em atividade no Brasil, boa parte deles integrantes da Osesp e da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. As exceções são os músicos do Ensemble Modern, um dos mais importantes conjuntos mundiais dedicados à música contemporânea, conjunto residente da edição deste ano, com três apresentações, uma delas dedicada ao compositor Walter Smetak, e um Seminário de Composição; o maestro Alexander Liebreich, titular da Orquestra Sinfônica da Rádio Nacional Polonesa; e a violinista Liana Gourdjia, da École Normale de Musique de Paris.

Liebreich vai dirigir um dos programas realizados pela Orquestra Acadêmica: nos dias 22 e 23, ele comanda os alunos em um programa que tem como destaque as Canções de um viajante, de Gustav Mahler, com solos do barítono Paulo Szot, e Till Eullenspiegel, de Strauss. O outro programa do grupo, nos dias 15 e 16, será comandado pelo maestro inglês Neil Thomson, diretor da Filarmônica de Goiás, com obras de Guerra-Peixe e Rimsky-Korsakov. Um grupo de 41 bolsistas também foi selecionado para atuar com a Osesp na interpretação da Sinfonia nº 7 de Shostakovich na Sala São Paulo, com regência de Marin Alsop.

Outros dois grupos serão formados pelos alunos. A Camerata do Festival vai atuar sob o comando de Valentina Peleggi em programa dedicado inteiramente a Mozart, além de tocar com os alunos de regência do festival. E Luis Otávio Santos volta a comandar o Grupo de Música Antiga do Festival, novidade da edição do ano passado do evento - no programa, está o Stabat Mater de Haydn, com a participação do Coro Acadêmico da Osesp.

A abertura e o encerramento serão feitos pela Osesp: no dia 1º, o programa tem obras de Ginastera, André Mehmari e Gershwin, com regência de Marin Alsop; e, no dia 29, Giancarlo Guerrero rege a Sinfonia nº 4 de Tchaikovsky. Os grupos convidados incluem a Filarmônica de Goiás (com o pianista Cristian Budu), a Orquestra Juvenil da Bahia (fruto do trabalho do Neojiba, com o maestro e pianista Ricardo Castro), a Sinfônica da USP (com Roberto Tibiriçá), a Orquestra Jovem do Estado (regência de Claudio Cruz) e a Orquestra Experimental de Repertório (Jamil Maluf). Na música de câmara, destaque para os pianistas Ronaldo Rolim e Maria Teresa Madeira e o Quarteto Carlos Gomes, com o lançamento das partituras dos quartetos de Alberto Nepomuceno pela Editora da Osesp. Em parceria com o projeto Aprendiz de Maestro, o festival terá também este ano uma série infantil na Sala São Paulo - e, em Campos, Badi Assad apresenta o espetáculo Cantos de Casa.

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Opinião por João Luiz Sampaio

É jornalista e crítico musical, autor de "Ópera à Brasileira", "Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção" e "Guiomar Novas do Brasil", entre outros livros; foi editor - assistente dos suplementos "Cultura" e "Sabático" e do "Caderno 2"

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