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Opinião|Campos do Jordão terá menos bolsistas

A edição deste ano do Festival de Inverno de Campos do Jordão terá 115 bolsistas, número 25% menor do que a média dos últimos anos, 154. A nova direção optou também por cortar pela metade, de R$ 48 mil para R$ 24 mil, o prêmio Eleazar de Carvalho, dado a um aluno que se destacou durante o evento; e acabou com o curso de composição e com os prêmios Camargo Guarnieri (oferecido a jovens autores) e Ayrton Pinto (dados aos melhores de cada instrumento).

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Atualização:

Em 2009, o festival contou com 156 jovens músicos; em 2010, foram 146; e, em 2011, 161. No ano passado, o prêmio Camargo Guarnieri rendeu R$ 15 mil ao vencedor e quatro bolsas de R$ 8 mil foram dadas aos vencedores do Ayrton Pinto. As informações sobre a edição deste ano, prevista para julho, constam do edital do festival, publicado no fim da semana passada no site do evento, que desde o início do ano passou a ser gerido pela Fundação Osesp e não mais pela Santa Marcelina Cultura, organização social contratada em 2009, durante a gestão do secretário João Sayad.

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Ainda não foram divulgados os nomes dos professores e artistas convidados, assim como a Fundação Osesp preferiu não divulgar o orçamento do evento. Em entrevista concedida ao Estado na sexta-feira, o novo secretário estadual de Cultura Marcelo Araujo afirmou, ao ser indagado sobre Campos do Jordão, que "este ano daremos prosseguimento a tudo aquilo que aconteceu nos anos anteriores" (leia a entrevista completa na página D10). Procurada pelo Estado na manhã de ontem, a Fundação Osesp informou "que a programação e demais detalhes serão divulgados na íntegra no próximo dia 30".

Ainda segundo o edital, a Orquestra Acadêmica, formada por bolsistas e alguns professores, fará três concertos, um por semana, durante o festival. No primeiro, será regida pelo maestro inglês Richard Armstrong; no segundo, pelo mexicano Giancarlo Guerrero; e, no terceiro, pela americana Marin Alsop - além de Alsop, regente titular do grupo desde o início do ano, os outros dois maestros estão programados também na temporada da Osesp. O edital prevê ainda a realização de concertos de música de câmara, dos quais participariam professores e alunos.

Na semana passada, o festival anunciou o nome de Artur Nestrovski como diretor artístico do evento; Marcelo Lopes, diretor executivo da Osesp, assume o mesmo posto em Campos e o maestro e violinista Claudio Cruz, spalla da Osesp, fica responsável pela direção pedagógica e pela preparação e ensaios da Orquestra Acadêmica - Cruz regeu no ano passado o grupo e, desde o início de 2012, é o novo diretor da Sinfônica Jovem do Estado. Marin Alsop, que chegou a dar entrevistas como diretora artística do festival, alegou problemas de agenda e desistiu do cargo, ficando como "consultora artística", assim como seu regente associado, o maestro Celso Antunes.

Opinião por João Luiz Sampaio

É jornalista e crítico musical, autor de "Ópera à Brasileira", "Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção" e "Guiomar Novas do Brasil", entre outros livros; foi editor - assistente dos suplementos "Cultura" e "Sabático" e do "Caderno 2"

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