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Opinião|Banda Sinfônica do Estado de São Paulo aguarda votação de emenda que garanta verba e impeça demissões

Músicos fizeram concerto ontem na Assembleia Legislativa de São Paulo; votação está marcada para hoje

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Atualização:

A Banda Sinfônica do Estado de São Paulo fez ontem um concerto na Assembleia Legislativa. A apresentação já estava marcada, mas acabou se tornando um manifesto em favor do grupo. Na semana passada, os músicos foram comunicados de que a banda teria as suas atividades suspensas até abril e de que eles seriam demitidos no início de janeiro. Segundo o diretor do conjunto, o maestro Marcos Sadao Shirakawa, a Banda aguarda hoje a votação de uma emenda ao orçamento 2017 que garante o repasse de R$ 5 milhões para o conjunto. "É um caminho longo. Depois da aprovação, a emenda precisa ser sancionada. Estamos, portanto, em alerta. Mas esse dinheiro garantiria um respiro. Não vai resolver todos os problemas, mas pelo menos evitaria as demissões".

 Foto: Estadão

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Uma comissão de músicos da Banda Sinfônica fez ao Instituto Pensarte, organização social responsável por sua gestão, uma contraproposta, também com o intuito de evitar a demissão em massa. A opção seria, até abril, oferecer aos artistas uma licença não remunerada. O contrato do Pensarte com o governo do Estado, que se encerrava em dezembro, foi prorrogado até o final de abril. Procurado pelo blog, o instituto afirmou que "os músicos foram informados que o aditamento para o período de 16 de dezembro de 2016 a 30 de abril de 2017, que prorrogou a vigência do Contrato de Gestão o suficiente para preparação da nova Convocação Pública, conta com um orçamento reduzido e que será necessário implementar cortes tanto na programação quanto nos quadros da entidade. Os músicos em contrapartida fizeram uma contraproposta cuja viabilidade e compatibilidade com o Aditamento ao Contrato de Gestão está sendo analisada. O Instituto Pensarte está empenhado em manter o máximo possível de seus quadros (músicos e técnicos) respeitados os valores do aditamento do Contrato atual".

Segundo os músicos, a proposta aventada pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Instituto Pensarte é a de que o conjunto continuaria existindo no papel, com artistas sendo arregimentados a cada apresentação prevista. Em resposta, eles prepararam um vídeo no qual cinco artistas tocam uma obra não com instrumentos, mas sim com papel. A extinção da banda tem provocado reações de outros grupos do país: músicos da Osesp, da Sinfônica de Santo André, da Sinfônica de Bahia, da Orquestra Experimental de Repertório, do Guri Santa Marcelina e da Banda Sinfônica de Madri, entre outros, gravaram vídeos de apoio ao conjunto.

Opinião por João Luiz Sampaio

É jornalista e crítico musical, autor de "Ópera à Brasileira", "Antônio Meneses: Arquitetura da Emoção" e "Guiomar Novas do Brasil", entre outros livros; foi editor - assistente dos suplementos "Cultura" e "Sabático" e do "Caderno 2"

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