A Fabiana sugeriu, no post abaixo, que meu texto sobre o assunto foi tendencioso - o que significa que haveria algum tipo de objetivo secreto da minha parte, algum tipo de vontade de ou atacar os idealizadores ou impedir a realização do projeto, sei lá, algo que não fosse simplesmente informar o leitor sobre um projeto que chegara à imprensa, sem detalhes, por meio de uma nota vazada pelos organizadores. A essa acusação não vou responder, pois acho que o trabalho que tenho desenvolvido ao longo dos anos tem que ser uma resposta por si só. Ainda assim, eu poderia não ter liberado o comentário dela, mas acho que a pluralidade de opiniões deve ser sempre estimulada ¬- e, mais do que isso, que ninguém está acima de críticas, tanto jornalistas quanto maestros, apesar da histeria coletiva que impede que se questione figuras da nossa vida musical.
Ao preparar a matéria, falei com todos os envolvidos. Procurei o ministério, a Funarte, cujas posições oficiais eram: "não sabemos de nada". Conversei com pessoas ligadas às duas instituições, que me passaram os valores, seus usos e as críticas feitas a eles. Então procurei o maestro Neschling ¬- sua assessoria se recusou a passar as informações que pedi, as mesmas que agora estão publicadas no site da revista "Concerto". Fabiana, não escondi ou maquiei dados, apenas publiquei as informações que me foram passadas. E informei aos leitores a recusa dos demais envolvidos em passar as demais informações. Mais -deixei clara a minha opinião: ainda é cedo demais para fazer qualquer julgamentos, pois faltam informações concretas sobre como vai funcionar o projeto.
Continuo acreditando que qualquer novo projeto de apoio à ópera - em especial um inédito como esse, envolvendo o governo federal, que costuma ignorar o gênero - é importante e deve ser comemorado. Isso, no entanto, em especial quando se lida com dinheiro público, não quer dizer que não deve haver debate. Independentemente dos envolvidos.