Estadão
07 de março de 2007 | 15h48
Reportagem da Associated Press mostra que as quatro maiores empresas de radiofusão nos EUA se uniram tentar acabar com o jabaculê, prática execrável, mas histórica no rádio. A ideía para acabar com o espírito de monocultura que impera na programação das rádios é dedicar 8.400 horas de programação a artistas locais e independentes. A iniciativa, claro, é boa. A discussão é saudável. Mas aí vêm aquelas dúvidas, que dividem o mundo entre os que vêem o copo meio cheio ou meio vazio:
1 – abrir espaço obrigatório a independentes, mas de maneira segmentada e isolada da programação normal, é suficiente para acabar com a monocultura e a prática ilegal e muito real de pagar propina ou dar presentes a programadores de rádio?
2 – Ao abrir espaço fixo aos independentes – e o mundo da música independente hoje é tão amplo que cabe de tudo nesse balaio -, as rádios não poderiam começar a instituir uma nova modalidade de falcatrua, o jabá indie?
Obviamente, só o tempo vai providenciar as respostas. Mas eu tendo a desconfiar desse tipo de esmola.
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