1/2 171, do De Leve

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Por Estadão
Atualização:
 Foto: Estadão

O disco tem claramente duas metadades. A primeira é a do humor de gosto duvidoso, bem grosso mesmo, com rimas que lembram a baixaria do funk carioca (pense no refrão da música que abre o disco, "México": "Mexe o c..., mexe o c..., mexe o culote"). Nesse espírito, sons como "Diploma", "Tema da Novela das 8" e "Feipa" são bem divertidos.

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A segunda parte é mais sisuda, se comparada, claro, aos aburdos da rima de De Leve dos últimos anos. "Todo Errado", "I$$o $im é Um Piada!" e "Pode Queimar" são raps de protesto. Mas o interessante é que não é o protesto do morro, da favela, mas da classe média do Rio, que lê jornal e mostra mais indignação com a situação política do que com as mazelas sociais. A exclusão social também entra no disco, mas pela via do humor, o que é também um comportamente típico do cinismo da classe média.

É interessante esse contraponto temático, e a produção mais crua, dispensando o lado cinematográfico do hip hop, dá um gosto mais saboroso ao disco.

Nota: 7

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